Na quinta-feira, dia 8, dois dias após a data de 16 anos da morte do jornalista e empresário Roberto Marinho, os três filhos e herdeiros do fundador da Globo ampliaram sua liderança gigantesca na produção de audiovisual para a televisão brasileira.
João Roberto Marinho, Roberto Irineu Marinho e José Roberto Marinho comandaram a inauguração do MG4, novo complexo de produção nos Estúdios Globos, na zona oeste do Rio.
Os números da empreitada impressionam. Os três novos estúdios para a gravação de novelas, séries, atrações de entretenimento e realities têm 1.500m2 cada um e há ainda um espaço externo de 4 mil m2 para a construção de cidades cenográficas. Foram investidos R$ 200 milhões ao longo de 5 anos.
No total, a Globo dispõe agora de 13 estúdios que totalizam 12,5 mil m2. Por dia, cerca de 15 mil pessoas circulam pela área. As novas instalações possibilitam aumentar as 3 mil horas de entretenimento produzidas pela empresa a cada ano.
Apesar do lucro líquido de 1,2 bilhão de reais em 2018, a Globo também foi afetada pela instabilidade na economia do País e o aumento nos custos de produção. Mesmo assim, a cúpula da emissora se mantém otimista.
“Nessa era de transformações que vivemos, não há quem na indústria de mídia não prenda a respiração diante do que vem pela frente. Alguns se amedrontam e ficam paralisados. Outros seguem adiante, mas como se estivessem de olhos fechados”, discursou Roberto Irineu Marinho, presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo.
“Nunca deixamos de sonhar, nunca deixamos de construir. Não sabemos ao certo a configuração exata que a nossa indústria terá no futuro, mas sabemos que continuaremos a fazer parte dessa indústria e continuaremos a sonhar nesse futuro.”
A Globo está entre as principais produtoras e exportadoras de teledramaturgia do planeta. A fama de suas novelas surgiu na década de 1970, quando A Escrava Isaura, de Gilberto Braga, se tornou um sucesso internacional. A atual trama das 21h, A Dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco, chega a registrar 40 pontos no Ibope, quatro vezes mais do que a média das novelas da concorrência.
“Aqui, nós faremos o brasileiro se emocionar um pouco mais, sorrir um pouco mais, viajar um pouco mais no universo criado, interpretado, ambientado, dirigido, iluminado por todos nós”, disse o diretor-geral da Globo Carlos Henrique Schroder na cerimônia de inauguração dos novos estúdios.
Uma das convidadas da festa de inauguração, Fernanda Montenegro, 89 anos, ganhadora do Emmy Internacional por Doce de Mãe em 2013, se mostra otimista em relação à TV.
“A vida sem imaginação não basta. Tudo o que aqui foi realizado é feito por pessoas e para pessoas. O MG4 abre uma nova era para todos nós que vivemos da nossa arte, da nossa fé e da nossa esperança.”
A primeira produção a ocupar o novo complexo de produção da Globo é a novela Amor de Mãe, de Manuela Dias. O folhetim vai substituir A Dona do Pedaço em novembro. Será protagonizado por Adriana Esteves, Regina Casé, Taís Araújo, Murilo Benício e Chay Suede.