Será que Dr. Fernando vai voltar para o Encontro de Fátima Bernardes? Essa pergunta surgiu centenas de vezes nas redes sociais após o neurocirurgião deixar a Band, em abril. Ao descomplicar a medicina na TV, ele se tornou um dos médicos-comunicadores mais bem avaliados do País.
Em conversa com o Terra, ele dá pistas a respeito de seu futuro na televisão, conta como ficou sua relação com Fátima após deixar a Globo e comenta os programa de TV com temáticas médicas de que mais gosta.
Sua saída do Aqui na Band o surpreendeu ou já estava preparado para isso?
Na verdade, eu tinha um contrato de 1 ano que se encerrou coincidentemente na mesma época desta pandemia. Por isso, não foi uma grande surpresa.
Nas redes sociais, admiradores de seu trabalho na TV questionaram se o senhor teria se arrependido de ter trocado a Globo pela Band. Pensou a respeito?
Foram propostas e desafios bem diferentes em cada uma das emissoras. Na TV Globo eu atuei como consultor fixo do programa, explicando o comportamento humano sob a luz da neurociência. Já na Band a minha missão foi diferente. Trabalhei como apresentador de um quadro de saúde falando sobre os diversos temas da área médica entrevistando profissionais de diversas áreas da saúde. Para mim oi um caminho natural na carreira de um comunicador.
Na sua avaliação, qual a importância para a saúde pública do espaço extra que a medicina ganhou na TV nessa cobertura da pandemia de covid-19?
A mídia está cumprindo o seu papel de prestar serviço e auxiliar a população com informação para o combate à pandemia. Sem ela, as orientações e mudanças de comportamento necessárias para evitar o contágio, identificar o problema e rapidamente procurar o serviço de saúde poderiam não acontecer. Portanto, a mídia é fundamental neste processo. A minha sensação é que, depois da pandemia, os veículos sairão extremamente fortes e ainda mais relevantes.
A visibilidade na TV gerou glamour e até tietagem em torno de sua imagem. Ser visto como um médico-celebridade o incomoda?
Ao longo do tempo fui aprendendo a lidar e me acostumar. Isso imputa responsabilidade adicional da minha parte: a grande missão de passar adiante os meus conhecimentos da medicina e as orientações de saúde com muita cautela e seriedade. Penso que um médico comunicador é a principal ponte difusora da formação academia e técnica de uma forma mais compreensível e direta a todo o público.
O senhor mantém contato com Fátima Bernardes? São amigos?
Mantemos contato, sim. Criamos um vínculo de amizade e respeito.
Gostaria de voltar ao Encontro?
Tenho portas abertas em todas as emissoras e em todos os lugares que trabalhei. Mantenho excelente relacionamento com todos os colegas e amigos que fiz tanto na Rede Globo quanto na TV Bandeirantes.
Como tem sido sua rotina sob isolamento social?
Como médico neurocirurgião continuo operando e atendendo principalmente os casos de urgência. Fora isso, tenho adotado as medidas de distanciamento social orientadas pela OMS.
Quais seus projetos para quando começar o 'novo normal'?
Tenho projeto de um programa autoral sobre saúde que desenvolvi para televisão. Estou escrevendo meu 9º livro, este junto com minha filha adolescente, que será publicado ainda este ano. Além disso, tem a série de lives que batizei de Corona Sem Neura no meu Instagram e em meu canal no YouTube, para lidar da maneira mais branda possível com a saúde mental das pessoas durante essa fase. Quero continuar essas ações de maneira cada vez mais forte. Sempre me dediquei com carinho para passar informações aos meus quase 2 milhões de seguidores. (Procure @drfernandoneuro no Instagram e no Facebook. No YouTube, digite 'Dr. Fernando neuro' no campo de busca.)
Pingue-pongue:
- Um bom programa de TV sobre saúde: "As séries Explained (Neflix) e The Good Doctor (Globoplay e Sony)".
- Atração para se distrair: "A série Freud" (produção austríaco-alemã, disponível na Netflx, sobre o início da carreira do neurologista e psiquiatra Sigmund Freud).
- Um formato de programa que gostaria de fazer na TV: "The Dr. Oz Show" (Atração interativa sobre saúde e bem-estar comandada pelo médico Mehmet Oz, na TV americana).
- Médicos que fazem TV e o inspiram: "Dr. Drauzio Varella (Fantástico / Globo) e Dr. Sanjay Gupta (CNN e CNN Brasil)".
- Um tema médico que precisa ter mais espaço na TV: "Saúde mental. Já sabemos que, após a pandemia, teremos inúmeras pessoas com a saúde mental fragilizada. Uma atenção especial será extremamente necessária para auxiliar pessoas nesse processo de readaptação. Além disso, a televisão precisa destacar mais a produção científica nacional".