Na segunda-feira (1), Claudia Raia participou remotamente do Papo de Segunda do GNT. A atriz revelou ter ido ao “fundo do poço” com o linchamento sofrido no início da década de 1990 por ter feito campanha para Fernando Collor. O folclórico ‘caçador de marajás’ foi eleito em 1989 e, após um governo marcado pelo confisco da poupança dos brasileiros e de escândalos de corrupção, renunciou em dezembro de 1992, às vésperas de sofrer impeachment.
Na época, separada de Alexandre Frota após um casamento midiático, Claudia Raia foi apontada como amante do presidente que bradava ter “aquilo roxo”. “Diziam que eu transava com o Collor na despensa da Casa da Dinda”, relembrou a artista, referindo-se à residência da família do político em Brasília. A fofoca de romance secreto fez a estrela da TV ser criticada e desprezada por colegas de profissão, jornalistas e parte do público.
No livro de memórias Sempre Raia um Novo Dia (HarperCollins Brasil), escrito pela jornalista e roteirista Rosana Hermann, a atriz conta que um dia estava na sala de maquiagem da TV Globo, no Rio, quando alguém avisou que havia uma ligação da Presidência da República. Era Collor, aos prantos, desesperado com a iminente perda do mandato. Ela se negou a ajudá-lo e desligou. Era o fim da amizade que gerou muita dor de cabeça. “Fui vaiada em Brasília, tive minhas contas invadidas, meu carro quebrado, mutirão na minha casa”, relembrou, no GNT.
Na biografia Tudo o que Vi e Vivi (Leya), a ex-primeira-dama Rosane Malta, ex-Collor, desmentiu o boato. Contou ter se tornado amiga de Claudia na época em que o então marido ainda era governador de Alagoas. Garantiu que a famosa artista jamais fez viagens sozinha com o presidente para o exterior, como se noticiou várias vezes. A difamação e a hostilidade contra Raia acabaram somente quando ela engatou namoro com Edson Celulari nos bastidores da novela Deus Nos Acuda.
No Papo de Segunda, a atriz disse sentir arrependimento do apoio a Collor e afirmou que jamais usará novamente sua imagem para apoiar outro candidato. “Como cidadã vou me posicionar sempre. Mas usando o meu poder de influenciadora ou de artista, não me meto mais com isso”, avisou. No mesmo período do mexerico sobre sua ligação com o polêmico presidente, enfrentou o rumor de que seria portadora do vírus HIV.
“Paguei caro, muito caro. Fui acusada de ter Aids porque ele (Collor) estava muito magro e as pessoas me acusaram de ter um caso com ele. Aí eu tive meu teatro vazio, tive que ser capa de revista com resultado negativo de HIV. Paguei o preço por uma escolha errada, com uma pessoa errada”, desabafou Claudia Raia em entrevista ao Fantástico, ano passado.