“Quero que todas as pessoas sejam felizes”, avisa Simon Jacquemus, 31 anos, designer queridinho dos fashionistas. O ex-modelo com pinta de galã de cinema é abertamente gay e insere em seu trabalho a luta contra a homofobia. Tornou-se também um ativista antirracista e defensor da valorização dos diferentes biotipos na moda.
Em seus desfiles, ele sempre escalou modelos negros e miscigenados. Recentemente, deu espaço a corpos plus size (acima do manequim 42) e de estatura mais baixa. Na campanha da nova coleção de verão, chamada ‘L’Amour’ (O Amor), o estilista recorre a imagens sensuais para defender a liberdade de se relacionar, independentemente da orientação sexual, da origem racial e do componente étnico.
As fotos do badalado fotógrafo americano Tom Kneller mostram jovens em clima romântico e erótico. Olhares, beijos na boca, toques. Há misturas de gênero e raça, em evidente provocação a racistas e homofóbicos. “O amor sempre vence”, diz Jacquemus, repetidamente. Ele próprio gosta de postar selfies de carinhos e beijos com o namorado, o também francês Marco Maestri.
Após a explosão de movimentos como o Black Lives Metter (Vidas Negras Importam), com ampla cobertura das TVs, a recente temporada de moda europeia apresentou mais negros nas passarelas e nos anúncios. A força crescente do ativismo LGBTQIA+ também ganhou espaço extra: no ano passado, mais de 50 marcas — Calvin Klein, Versace, Nike, Puma, Levi’s, Diesel, Banana Republic, entre elas — lançaram produtos associados às cores do arco-íris (símbolo da comunidade), com renda revertida a ações de apoio a gays, lésbicas, transexuais etc.