Mais uma bomba tóxica atinge em cheio a credibilidade já titubeante de Mark Zuckerberg e o Facebook.
Ao longo da quarta-feira (19), a mídia planetária repercutiu denúncia do The New York Times contra o jovem magnata da internet e sua empresa.
O jornal norte-americano descobriu que cerca de 150 gigantes da tecnologia receberam acesso especial aos dados de usuários do Facebook.
Entre as companhias privilegiadas estão ‘queridinhas’ do entretenimento como a Netflix e o Spotify, além da líder em vendas online Amazon.
Por meio de documentos sigilosos e entrevistas com ex-funcionários, o NYT apurou que não há privacidade garantida a ninguém que acessa o Facebook.
A rede social abriu o sigilo até das DMs (Direct Messages) e de conversas na área de bate-papo.
A turma de Zuckerberg jura não ter cometido nenhum crime. Alega que o compartilhamento de informações é autorizado pelo próprio usuário quando aceita as condições apresentadas ao criar seu perfil.
Este 2018 foi um ‘annus horribilis’ para o Facebook. Não faltaram acusações de procedimentos antiéticos na relação com seus 2,2 bilhões de usuários e negociações suspeitas com anunciantes interessados em dados pessoais de potenciais consumidores.
A rede social mais popular do mundo se comporta como aquele irmão fuxiqueiro que viola nosso diário pessoal para descobrir algo que possa usar a seu favor.
Os interesses corporativos do Facebook estão minando sua relação de cumplicidade com o público.
A ruptura de confiança resulta na perda do valor da empresa (em julho sofreu a maior queda diária no mercado de ações dos Estados Unidos) e no ‘facebookcídio’ de milhões de usuários decepcionados.
Apesar da sequência de escândalos e decepções, a rede social mantém relevância.
Não é exagero afirmar que quem sai do Facebook deixa de existir virtualmente e perde oportunidades profissionais. No Brasil, a timeline azul possui quase três vezes mais pessoas conectadas do que o Instagram.
Diante da inviabilidade de encerrar a conta, resta-nos tomar mais cuidado com o que revelamos em aberto e nas mensagens privadas.
Há sempre um bisbilhoteiro oculto à espreita com intenções obscuras.
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