Famosos aderem à campanha contra trabalho escravo no Brasil

Ações coordenadas pelo procurador Gustavo Accioly mobilizam formadores de opinião indignados com a exploração de pessoas

8 mar 2021 - 09h34

O Brasil foi o último País ocidental a abolir a escravidão, mas ainda é o lugar onde milhares de pessoas são submetidas a trabalho escravo. Essa exploração se perpetua por ser altamente lucrativa. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a mão de obra forçada gera a cada ano 150 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 850 bilhões. O projeto ‘Trabalho Escravo Nunca Mais #SomosLives’ combate essa mazela social. Ações efetivas do procurador do Ministério Público do Trabalho Gustavo Accioly atraíram o apoio de artistas e formadores de opinião.

O ator Wagner Moura, a cantora Ivete Sangalo (vestindo a camiseta da campanha contra o trabalho escravo) e o estilista Reinaldo Lourenço: união de forças contra a exploração de pessoas
O ator Wagner Moura, a cantora Ivete Sangalo (vestindo a camiseta da campanha contra o trabalho escravo) e o estilista Reinaldo Lourenço: união de forças contra a exploração de pessoas
Foto: Reprodução

Recentemente, os atores Wagner Moura e Elisa Lucinda gravaram vídeos em apoio à campanha contra o trabalho escravo. “Desde 1995, mais de 55 mil pessoas foram resgatadas da situação análoga à escravidão no Brasil”, informa o ator, que é também embaixador da Boa Vontade da OIT. Em seu depoimento, Lucinda ressalta que a maioria dos escravizados no País são negros e negras. “Ainda usam o mesmo método (da época da escravidão): tráfico humano, cativeiro, condições indignas de sobrevivência e de exercício do labor.”

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Em 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a cantora Ivete Sangalo postou em seu perfil no Instagram uma foto na qual veste a camisa da campanha #SomosLivres, criada pelo estilista Eugênio Santos. A apresentadora Astrid Fontenelle, do Saia Justa (GNT), usou a mesma rede social para apoiar a luta contra a exploração de pessoas “tratadas como mercadoria” por conta de sua vulnerabilidade social. O ator Dan Ferreira (visto na novela ‘Amor de Mãe’, na Globo), a drag e youtuber Rita Von Hunty (apresentadora do programa ‘Drag Me As a Queen’, do canal E!) e a cineasta e roteirista Mariana Jaspe também aderiram à causa.

A especialista em costura Elmira da Silva, o jornalista Jeff Benício, o estilista Eugênio Santos, o procurador do Trabalho Gustavo Accioly, o estilista Reinaldo Lourenço e o personal stylist Yan Acioli: equipe multidisciplinar transmitiu conhecimento a refugiados e libertos de trabalho escravo
Foto: Divulgação

Em janeiro, um grupo de refugiados e libertos de trabalho escravo — cidadãos de outros Países da América Latina e da África — iniciou estágio de qualificação profissional na fábrica do estilista Reinaldo Lourenço, um dos mais respeitados nomes da moda brasileira e ícone da São Paulo Fashion Week. Os selecionados participaram do passo a passo da criação de uma coleção: da ideia da roupa à escolha de tecidos, da costura à finalização dos looks. A jornada de conhecimento teve a participação do conceituado personal stylist Yan Acioli, responsável pelo visual de Juliana Paes e GKay, entre outras famosas.

O desfile com as peças resultantes da ação conjunta será exibido nesta segunda-feira, dia 8 de março, às 19h, no @ellebrasil, perfil da edição brasileira da revista ‘Elle’ no Instagram. “A adesão de formadores de opinião ajuda a disseminar de maneira lúcida a mensagem de que o trabalho escravo precisa ser erradicado e o ser humano não pode ser tratado como produto inanimado”, afirma o procurador Gustavo Accioly. “O trabalho gera inclusão social. Por meio de um trabalho decente, você tem acesso à alimentação, saúde, educação e conquista integração social. Todas as pessoas merecem viver com dignidade. Nossa missão é conscientizar a sociedade a respeito desse direito e também do crime de trabalho escravo previsto no Código Penal.”

Etapas do processo de produção da coleção criada com o grupo de imigrantes
Foto: Divulgação

Denúncias contra o tráfico de pessoas e o trabalho análogo à escravidão podem ser feitas pelos telefones 100 e 180 ou pelo app MPT Pardal. Nas redes sociais, use as hashtags #trabalhoescravonuncamais e #todoscontraotraficodepessoas.

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