A primeira parte desta matéria especial a respeito das personalidades midiáticas ao lado de Jair Bolsonaro foi publicada aqui no blog segunda-feira, dia 11. A segunda, na quarta, 13. Este terceiro segmento destaca outros artistas e formadores de opinião que, indiferentes às polêmicas suscitadas pelo presidente, se mantêm ao lado dele e usam seu espaço na mídia para elogiá-lo.
No domingo (17), a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo foi dedicada ao cantor Sérgio Reis. O ídolo sertanejo e ex-deputado, que foi colega de Bolsonaro na Câmara, manifestou solidariedade com o chefe do Executivo. "Esse homem não dorme mais, pelo amor de Deus. É um cargo muito pesado, tem que ser capitão do Exército para aguentar."
Com contatos por todo o País, o intérprete da clássica 'Pinga Ni Mim' contou ter oferecido indicações para o empréstimo de aviões e carros à campanha de 2018. Bolsonaro recusou. De acordo com Sérgio Reis, o então candidato disse que não queria ser cobrado pelos favores no caso chegar à Presidência.
Ainda na seara sertaneja, Gusttavo Lima é outro fã declarado de Jair Bolsonaro. Recentemente, em live-show vista por milhões de pessoas, ele elogiou o presidente. Afirmou que seu ministério faz um "grande trabalho". Antes disso, o artista polemizara ao pedir que seus admiradores deixassem de se informar sobre a pandemia de covid-19 pela televisão, porque os canais de TV não estariam noticiando os bons resultados do uso da cloroquina, medicamento defendido por Bolsonaro.
Coincidentemente ou não, Gusttavo Lima tem uma relação tensa com a Globo, considerada pelo presidente como seu inimigo número 1 na mídia por conta do jornalismo crítico à sua gestão. O cantor não se apresenta em programas da emissora carioca há dois anos, quando trocou a Som Livre, gravadora do Grupo Globo, pela concorrente Sony Music.
Radicado no Brasil desde 2011, o maquiador uruguaio Agustin Fernandez já tinha muitos seguidores no Instagram antes da última eleição presidencial por conta de suas 'makes' e dicas de beleza. Ao manifestar apoio a Bolsonaro e, consequentemente, iniciar uma guerra com a comunidade LGBTQI+, ele se tornou um digital influencer nacionalmente famoso. Possui 2,8 milhões de seguidores na conta pessoal no Instagram e outros 491 mil no perfil de sua Loja do Divo.
Mas a vida dele não tem sido só glamour e 'lacração'. Em abril, Agustin fez um post-desabafo, com foto em que apareceu chorando, para relatar ameaças de morte supostamente feitas por quem não aceita sua amizade com o presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Alvo de boicotes, o maquiador teve eventos cancelados por conta de sua militância. Mais uma vez, ele defendeu Bolsonaro. "Um homem do bem... me adotou, como um filho... mesmo com fama de homofóbico. Logo eu, né? Um gay, afeminado, que se veste de mulher."
Na televisão, o grande apoiador de Jair Bolsonaro é José Luiz Datena, âncora do Brasil Urgente. Recentemente, o apresentador saiu em defesa do presidente quando ele foi criticado pela saída tumultuada do então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Depois, relativizou o polêmico "E daí?" dito por Bolsonaro ao ser questionado sobre o alto número de brasileiros mortos por covid-19.
Desde o início do mandato de Bolsonaro, Datena o entrevistou algumas vezes na Band. Uma visibilidade valiosa: o programa chega a atrair 1 milhão de telespectadores somente na região metropolitana de São Paulo. Há quem critique o jornalista por achar que 'passa o pano' para o presidente. Outros enxergam nele uma postura neutra, sem o juízo de valor feito por outros apresentadores de TV.
