A tropa de choque de Jair Bolsonaro vai muito além do núcleo duro do governo no Palácio do Planalto. O presidente possui inúmeros defensores no meio artístico. Nas três primeiras partes desta matéria especial (confira em posts anteriores) apareceram 12 apresentadores, cantores e influenciadores digitais. Entre eles, Silvio Santos, Mara Maravilha, Gusttavo Lima e Agustin Fernandez.
A esse grupo se junta Marcelo de Carvalho, vice-presidente da RedeTV! e apresentador do programa Mega Senha. Em entrevistas, ele sempre argumenta a favor de Bolsonaro e das políticas de Estado. Tornou-se um dos maiores críticos da quarentena e do isolamento social impostos pela pandemia do novo coronavírus. Pede o retorno imediato das atividades comerciais e industriais.
Em setembro do ano passado, Carvalho esteve como convidado na tribuna de honra do desfile de 7 de setembro em Brasília, ao lado de outros poderosos da televisão, como Silvio Santos, do SBT, e Edir Macedo, da RecordTV. A RedeTV! sempre ofereceu espaço valioso a Bolsonaro em programas como o Superpop de Luciana Gimenez. Essa visibilidade diante das câmeras o ajudou a se tornar um político com projeção nacional muito antes de se lançar candidato à Presidência.
Uma das vozes mais ouvidas no Palácio da Alvorada é a de Aline Barros, uma das cantoras preferidas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ambas são evangélicas. Em live realizada em abril, acompanhada por quase 2 milhões de pessoas, a artista gospel fez uma prece em prol do presidente e pediu a seus seguidores nas redes sociais (ela tem 6 milhões deles somente no Instagram) que também orem por Bolsonaro.
Netinho da Bahia é um defensor tão obstinado do presidente que coordena o grupo no app Telegram 'Militância por Bolsonaro', com cerca de 3.600 membros. Nele, compartilha vídeos e áudios. A atuação do cantor extrapola o universo online: ele foi atração de uma carreata em apoio ao presidente realizada em Salvador no último dia 10.
O artista de axé é tão bolsonarista que já fez vários posts pedindo votos para a reeleição de Jair Bolsonaro em 2022. "Esquerdolândia, pode me chamar de gado, bolsominion, robô, puxa-saco, seja lá que idiotice for. Sem problema. Sou Bolsonaro SIM, com orgulho", escreveu.
Em janeiro, quando o presidente recebeu uma comitiva de sertanejos em Brasília, o humorista Dedé Santana estava entre eles. O ex-Trapalhões aproveitou a ida do grupo de cantores ao Planalto para rever Bolsonaro. Os dois foram vizinhos no Rio e se tornaram amigos antes da eleição de 2018.
O veterano do humor não permaneceu incólume: foi atacado nas redes sociais por quem sente ojeriza ao presidente. Alguns fãs protestaram contra sua proximidade do chefe do Executivo. Diante da forte repercussão, Dedé esclareceu que não apoiava o fim da meia-entrada em shows e espetáculos, ao contrário dos outros artistas presentes no evento, defensores da suspensão do benefício.