Famosos são uma ameaça real aos políticos na eleição de 2018

Popularidade e ‘ficha limpa’ impulsionam a candidatura de figuras da TV

30 abr 2017 - 16h28

O que era especulação midiática se tornou intenções de voto. A pesquisa do Datafolha, divulgada neste domingo (30), mostra Luciano Huck com 3% na corrida presidencial. O apresentador do ‘Caldeirão’ tem feito aparições públicas com pinta de candidato, mas nega o projeto político.

Seu programa nas tardes de sábado da Globo está com média de 14 pontos desde janeiro. Este índice representa 2,8 milhões de telespectadores somente na Grande São Paulo. Uma vitrine valiosa para qualquer pessoa com o objetivo de tentar um cargo eletivo.

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No caso de Huck, há uma vantagem: ele mantém boa comunicação com o público jovem, de 16 a 34 anos. Essa faixa etária abrange 55 milhões de eleitores, do total de 146 milhões de brasileiros aptos a votar, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral.

Luciano Huck, Marcelo de Carvalho e Silvio Santos: seduzidos pela ideia de poder
Luciano Huck, Marcelo de Carvalho e Silvio Santos: seduzidos pela ideia de poder
Foto: Divulgação

Outro apresentador aparece no levantamento do Datafolha: João Doria, que deixou os programas ‘Show Business’, na Band, e ‘Face a Face’, na BandNews, para assumir a prefeitura de São Paulo.

Em um dos cenários propostos aos entrevistados, ele obteve 11% das intenções de voto, pouco atrás de políticos de carreira e mais conhecidos nacionalmente como o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes e o deputado federal Jair Bolsonaro.

Artistas ocuparem altas posições de poder não é novidade. Donald Trump se elegeu presidente dos Estados Unidos apoiado na popularidade conquistada à frente do ‘The Apprentice’ (O Aprendiz), reality show de negócios que teve Doria como âncora de duas edições na Record.

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Antes de Trump, o ex-ator de Hollywood e também republicano Ronald Reagan ocupou a Casa Branca por oito anos. Em 2015, na Guatemala, o comediante de TV Jimmy Morales derrotou políticos com décadas de experiência na disputa pela presidência daquele país.

Em São Paulo, a eleição para governador pode ter a presença de Marcelo de Carvalho, apresentador do programa ‘O Céu é o Limite’ e sócio da RedeTV!. O marido de Luciana Gimenez assume a intenção de se lançar na política.

E há outro nome que ressurge de tempos em tempos: Silvio Santos. Candidato à Presidência impugnado em 1989, o Homem do Baú tem realizado cuidadosa transição de comando do SBT para as filhas. A manobra visaria deixá-lo livre para se dedicar à disputa eleitoral de 2018.

Questionado a respeito de uma potencial candidatura, o mais popular apresentador da televisão brasileira desconversa. Mas, aos 86 anos, não disfarça o desejo antigo de entrar para a política.

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O empresário teria como principal articulador em Brasília o genro, o deputado federal Fábio Faria, casado com sua filha e também apresentadora Patrícia Abravanel.

Com a limpeza ética esperada nas urnas, expurgando políticos acusados e/ou condenados por corrupção e enriquecimento ilícito, artistas populares como Luciano Huck, Marcelo de Carvalho e Silvio Santos têm chance real de derrotar medalhões dos principais partidos.

O poder da fama nunca pareceu tão ameaçador à política brasileira.

Fonte: Especial para Terra
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