No final de 2013, o ‘Fantástico’ chegou a marcar apenas 15 pontos de média em uma edição.
Índice tão baixo para o padrão de audiência da revista eletrônica da Globo que a fez, por alguns minutos, perder para a Record e empatar com o SBT.
Mas a fase dramática passou. O ‘Show da Vida’ está com 21 pontos de média desde janeiro e chegou aos 26 em um domingo recente.
Com mais jornalismo investigativo, exibindo matérias exclusivas, e aprofundando o noticiário factual da semana, o programa voltou a ganhar relevância.
Na edição de 16 de abril, por exemplo, a atração prestou importante serviço ao escalar uma professora de direito para explicar em linguagem coloquial termos tão comuns quanto enigmáticos do dia a dia do jornalismo atual, como delação premiada e falsidade ideológica. Um esclarecimento que todo telejornal já deveria ter feito em respeito ao público leigo.
Outra aposta acertada é em histórias de superação, como a de um jovem de um assentamento de terra que se tornou bailarino de sucesso, e a da ex-moradora de rua e ex-viciada em crack que hoje é universitária e ajuda outros dependentes químicos em recuperação.
Essas matérias ‘humanizadas’ se revelam um necessário contraponto à overdose diária de personagens negativos que protagonizam as manchetes sobre corrupção e violência. O telespectador não aguenta mais tanta negatividade.
Outra mudança no ‘Fantástico’ foi reduzir o falso glamour. Houve uma época em que mais parecia uma versão do ‘Video Show’, tamanha a quantidade de entrevistas e quadros com famosos, com conteúdo pouco interessante.
No momento, as participações de celebridades têm sempre embasamento, mesmo quando o foco é a explícita promoção de produtos da emissora.
Quando Paolla Oliveira e Juliana Paes foram entrevistadas no estúdio em razão da estreia de ‘A Força do Querer’, falou-se sobre ética e justiça, e não apenas de fama, beleza e amenidades.
No ar há quase 44 anos, o ‘Fantástico’ voltou a ser um jornalístico agradável de se assistir, com informações relevantes e entretenimento de qualidade.