Filho de Maradona com empregada tinha sonho agora impossível

Italiano impedido de ir ao enterro do ex-jogador por conta da covid-19 tenta trilhar caminho próprio fora da sombra do pai idolatrado

28 nov 2020 - 11h54

Em setembro de 1986, dois anos depois de Maradona estrear no Napoli, uma jovem italiana de 21 anos que trabalhava como empregada do craque e de sua mulher, Claudia Villafañe, deu à luz a um menino. Sem contar com o apoio do astro do futebol, Cristiana Sinagra criou sozinha o garoto batizado Diego Armando em homenagem ao pai famoso.

Os Maradonas: o afeto demorou, mas foi intenso nos anos de convivência após o reconhecimento da paternidade
Os Maradonas: o afeto demorou, mas foi intenso nos anos de convivência após o reconhecimento da paternidade
Foto: Reprodução

A disputa judicial pelo reconhecimento de paternidade teve lances dramáticos como os de uma boa novela. O rapaz só conseguiu se aproximar de Maradona em 2003, às vésperas de completar 18 anos. Recebeu, enfim, o carinho desejado. Os dois passaram a manter um bom relacionamento à distância.

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Em 30 de outubro, dia em que o 'Diez' completou 60 anos, Diego Junior foi entrevistado pelo diário esportivo Marca, da Espanha. De Nápoles, onde nasceu e sempre viveu, ele comentou o último desafio do pai: comandar o Gimnasia de La Plata, mais antigo time da Argentina.

"Ele está motivado. Fica feliz quando está perto do futebol. Meu velho precisa de futebol, como todos nós que o amamos. A melhor coisa para uma pessoa é trabalhar em algo de que goste, e meu pai está onde quer estar", disse.

Em post de julho no Instagram, Diego Junior afirmou: “Chi ama non dimentica” ("Quem ama não esquece")
Foto: Reprodução

O jornal quis saber se o filho tardiamente reconhecido se sentia bem tratado por Maradona. “Claro, o passado não pode ser apagado. Acho que ele me ama como um filho. Ele tem muito amor por todos os seus filhos”, afirmou Junior, que é casado e pai de um menino (Diego Matias) e uma garota (India Nicole).

Consegue imaginá-lo treinando na Espanha, perguntou o Marca. “Não, eu o imagino em Nápoles. Isso seria bom! Ele encheria o (estádio) San Paolo dez vezes. Ainda sonho em tê-lo no banco do Napoli”, respondeu Diego Junior. Os italianos em geral, e os napolitanos em especial, idolatram Maradona. A arena será renomeada em homenagem ao craque.

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Acima, Cristiana Sinagra e Diego Junior logo após o parto e alguns anos depois; abaixo, mãe e filho em foto recente
Foto: Reprodução

O herdeiro de Maradona tentou carreira no esporte dominado pelo pai. Não foi bem-sucedido. Hoje, atua no futebol de areia e como comentarista de rádio. Vive em uma casa confortável, mas sem luxo. Não viajou a Buenos Aires para a festa familiar do último aniversário do pai e, isolado após testar positivo para covid-19, não pode estar presente no velório e enterro.

Na sexta-feira (27), postou em seu perfil no Instagram uma declaração de amor a Maradona, a quem chamou de “capitão do meu coração”. “O quanto eu fui feliz com você... Você não podia imaginar, só de olhar para você ao meu lado me sentia invencível.” Escreveu no trecho final: “...um filho ao lado de um pai não tem medo de nada! Boa viagem 10 do meu coração! Eu te amo.”

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