Em alguns clãs, o ódio à Globo passa de pai para filho. É o que acontece entre os Bolsonaros. O presidente e seus três herdeiros políticos veem a poderosa TV da família Marinho como o maior inimigo na mídia. As críticas ao canal ficam cada vez mais furiosas.
Na noite de sexta-feira (4), o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), chamou a emissora de “globolixo” e postou uma ilustração com a logomarca da empresa em uma lixeira ao anunciar em seu perfil no Facebook e no Instagram ter conseguido uma vitória na Justiça.
“Acabo de ganhar liminar impedindo a #globolixo de publicar qualquer documento do meu procedimento sigiloso. Não tenho nada a esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa inventa para desgastar minha imagem e a do Presidente Jair Messias Bolsonaro são criminosas”, escreveu.
A decisão foi de uma juíza de primeira instância de um tribunal do Rio. Entidades representativas da imprensa, como a ANJ (Associação Nacional de Jornais) e a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), interpretaram a liminar como “censura”.
Nos últimos meses, os telejornais da Globo e GloboNews fazem cobertura detalhada das investigações do suposto esquema de ‘rachadinha’ com o salário de assessores no antigo gabinete de Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, durante o mandato dele como deputado estadual.
Em várias ocasiões, Jair Bolsonaro reclamou de matérias da Globo - especialmente as exibidas no 'Jornal Nacional' - a respeito do caso. “Querem me atingir”, disse repetidas vezes. A expectativa é de que a emissora recorra da proibição judicial de apresentar o material da investigação e exponha a questão aos telespectadores.