Demorou muito tempo para que Gabriela Duarte conseguisse sair da sombra da mãe, Regina Duarte, um dos maiores ídolos que a televisão brasileira produziu em seus 70 anos. Ela sofreu com comparações insistentes e injustas. Foi cobrada para ser mais bonita, mais talentosa, mais carismática, mais famosa do que a eterna namoradinha do Brasil.
Provou sua maturidade artística em trabalhos como Passione (2010) e Amor Veríssimo (2014-2015). Sua atuação em Orgulho e Paixão, de 2018, na pele da rainha do café Julieta Bittencourt, foi uma das melhores daquela novela. Gabriela se livrou do estigma deixado por Maria Eduarda, a odiada coprotagonista de Por Amor (1997), inspiradora de um site rudimentar criado exclusivamente para os precursores dos 'haters' falarem mal dela na era pré-redes sociais.
Hoje, aos 46 anos, a atriz volta a experimentar o sabor amargo do ódio gratuito. Após a bizarra entrevista de Regina Duarte ao programa 360° da CNN Brasil, o perfil de Gabriela no Instagram recebeu centenas de mensagens inquisidoras e também ataques agressivos.
Ela foi duramente questionada pelo comportamento e as declarações de sua mãe na TV. Mais uma vez, uma cobrança descabida. Muitos usuários de internet insistem cometer os mesmos erros, sem avaliar as consequências. Entre as quais, a dor emocional a quem se vê colocado no centro de uma arena cercada de apedrejadores.
Sempre discreta em relação à vida pessoal, e igualmente comedida nas redes sociais, Gabriela Duarte não merece o cyberbullying provocado pela verborragia de sua mãe. Ninguém deve ser importunado e julgado pela insensatez de outra pessoa, por mais íntimo que seja o vínculo de parentesco. Gabriela Duarte não é Regina Duarte, e vice-versa.