Mesmo sem ser uma atriz de televisão, Bibi Ferreira foi, é e sempre será uma referência aos artistas da teledramaturgia.
A grandiosidade vista nos palcos – em comédias, dramas e musicais – inspirou várias gerações de atores que atuam diante das câmeras.
Um talento imensurável vindo da pequena Bibi, com menos de 1,60m de altura.
Mas quando se colocava em frente da plateia, a fragilidade física desaparecia: ela dominava a cena, hipnotizava o público, parava o tempo.
Bibi Ferreira fez TV, mas jamais se mostrou fascinada pelo veículo.
Em 1960, a atriz inaugurou a TV Excelsior com o programa Brasil 60. Sucesso instantâneo, teve as temporadas 61, 62 e 63. “Tinha uma ótima orquestra, naquela época a televisão era grandiosa.”
No mesmo canal comandou o Bibi Sempre aos Domingos. Alguns anos depois apresentou o Bibi ao Vivo na TV Tupi, onde também foi âncora de uma transmissão do Oscar. Posteriormente, fez pequenas participações em shows na Globo.
“Eu até gostava. Mas televisão é uma radiografia cruel daquilo que você está sentindo. Passei a não gostar mais, aquilo cansou”, disse a diva em entrevista no Roda Viva, da TV Cultura.
Novelas? Não, obrigado. A atriz nunca se interessou pelo gênero.
Dizia que os compromissos no teatro a impediam de ficar meses trancada dentro de um estúdio gravando cenas.
Lamentavelmente, a televisão não soube se adequar à genialidade da multiartista.
Ela merecia espaço para exibir suas produções grandiosas assistidas por milhares de espectadores em teatros no Brasil e exterior nas últimas décadas.
No SBT e na Globo, Bibi surgiu várias vezes no talk show de seu amigo Jô Soares.
Um momento especial aconteceu em 2013, quando a atriz interpretou o Monólogo das Mãos no programa dele.
A gravação pode ser vista no YouTube. Uma aula de interpretação, expressão corporal, dicção e sensibilidade.