Líder no ranking do Ibope, a Globo usa faixas importantes de sua grade para exibir filmes americanos – poucos blockbusters, muitas produções de segunda linha e reprises, raros longas nacionais.
Tela Quente (às segundas, desde 1988), Supercine (aos sábados, há 38 anos) e o Domingo Maior (desde 1972) estão em horários nobres já ocupados por produções próprias.
A Sessão da Tarde, no ar desde 1974, hoje serve como ‘tampão’ em uma programação vespertina carente de atrações inéditas.
Domingo à tarde tem o quê? Temperatura Máxima, lançada em 1989. Às quartas, quando não há transmissão de futebol depois da novela das 21h, o que a emissora faz? Recorre a um filme.
A razão para tanto cinema na TV: operação simples e relativamente barata com retorno satisfatório de audiência.
A maioria dos telespectadores pode até gostar, mas esse recurso fácil empobrece a programação e diminui o espaço para produções originais.
Uma alternativa seria explorar melhor as boas séries do Globoplay nesses horários. A maioria demora tempo demais – às vezes mais de um ano – para sair do streaming e chegar à TV justamente por falta de faixas disponíveis.
Todos os anos, dezenas de projetos de novos programas são descartados no canal pelo mesmo motivo: não há onde exibi-los.
Um problema relevante que ressalta a dificuldade (ou seria preguiça?) da Globo em se reinventar artisticamente.
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