E agora, Globo? O canal mais poderoso da televisão brasileira vive um dilema: dar ou não espaço a Lula nos telejornais?
O ex-presidente, preso na PF de Curitiba há 1 ano e 7 meses, reclamou por não ter sido entrevistado pela emissora nesse período.
Com o fim da prisão em segunda instância, de acordo com julgamento do STF, o líder petista poderá ser solto nos próximos dias.
Lula ganhará ampla visibilidade na mídia por conta dos eventos que já começaram a ser organizados pela militância de esquerda.
Indignado com a cobertura feita pela Globo de seu processo na Lava Jato, ele prometeu realizar um protesto na porta do canal.
Foi além: manifestou a vontade de ficar cara a cara com William Bonner, âncora e editor-chefe do Jornal Nacional.
O mesmo desejo exposto pelo presidente Jair Bolsonaro, igualmente enfurecido com o conteúdo de matérias exibidas no principal telejornal do País.
Diante do ruído previsto com a libertação de Lula, a emissora da família Marinho não terá como ignorar a presença pública e os discursos do ex-presidente.
Quando atacada, sob a acusação de ser manipuladora e partidária, a Globo diz praticar o jornalismo profissional.
Caso ignore Lula, terá sua isenção mais uma vez contestada, assim como o fazem Bolsonaro e seus apoiadores, também críticos à linha editorial do canal.
Na hipótese de abrir o microfone ao ex-presidente, a Globo precisará se defender de críticas graves em relação ao seu jornalismo. Prevê-se embate acalorado.
Para o bem de todos, inclusive das liberdades de expressão e imprensa, tomara que não haja radicalismos nem omissões.
O telespectador merece assistir a um debate de ideias, e não a um show de rivalidade que interessa apenas aos sensacionalistas.