Em 2018, o lucro líquido do Grupo Globo foi 35% menor na comparação com o ano anterior. A TV Globo faturou impressionantes 10 bilhões, mas os altos gastos de produção reduziram os ganhos. A vigente reestruturação geral na companhia visa enxugar as operações e fazer sobrar mais dinheiro.
Nessa nova fase, a emissora não pode abrir mão de um de seus principais produtos: o Big Brother Brasil. Cada edição gera de 300 milhões a 400 milhões de reais em cotas de patrocínio e ações de merchandising. Por isso, o canal precisa reabilitar o mais amado e odiado reality show da televisão brasileira.
O BBB 20, marcado para começar em 21 de janeiro, tem a missão de oxigenar o formato da produtora Endemol e despertar novamente o interesse dos telespectadores. A última edição, vencida por Paula Von Sperling, teve a pior média de audiência (20 pontos, de acordo com o Ibope) desde a primeira temporada do programa, em 2002.
A cúpula do Big Brother – liderada pelo todo-poderoso diretor de núcleo Boninho – resolveu misturar famosos e anônimos. Foram convidados atores de novelas da Globo e influenciadores digitais que vão disputar o prêmio com pessoas comuns escolhidas nas seleções regionais.
Essa mistura de perfis lembra a terceira edição de outro reality, Casa dos Artistas. Em 2002, após duas temporadas exclusivamente com famosos, a atração do SBT confinou personalidades da mídia e fãs. O campeão foi Sergio Paiva, admirador da apresentadora e musa fitness Solange Frazão.
Apesar do cansaço manifestado por parte significativa do público em relação ao gênero reality show, a Globo está decidida a produzir o BBB por pelo menos mais cinco anos. Só vai desistir do formato quando tiver outro projeto com o mesmo potencial de faturamento e repercussão.
Quem ama dar espiadinhas no Big Brother Brasil está com a diversão garantida por mais algum tempo. Quem o detesta vai ter que renovar o palavrório contra o programa.