Um a um, os competidores apelidados 'chernoboys' estão sendo eliminados no BBB20. Já foram Lucas Chumbo, Petrix Barbosa, Hadson Nery e Lucas Gallina. O único remanescente do grupo, Felipe Prior, tem pouca chance de se salvar. Invictas, as 10 mulheres da casa conseguiram se livrar de 40% dos adversários masculinos e demonstram ter força suficiente para dar continuidade ao mata-mata.
Após a despedida de Gallina, Pior se mostrou inconformado com a saída consecutiva dos amigos. "Vai ser meninas contra homens?", questionou. Sim, o Big Brother Brasil, aquele programa no qual o Grande Irmão a tudo vê, ganhou uma irrefutável identidade feminina que se sobrepõe à dos brothers.
Em 20 edições desde 2002, as mulheres jamais tiveram vantagem numérica tão ampla. Até aqui, o chamado sexo frágil atorou a pretensa superioridade masculina decantada por hipotéticos machos alfa dentro e fora da atração.
As palavras e atitudes consideradas machistas, misóginas e sexistas fortaleceram as mulheres ao invés de abatê-las. Brutos e sem conseguir transmitir carisma, os quatro primeiros eliminados se tornaram prova de que a maioria dos telespectadores desse formato de competição não tolera mais o sectarismo baseado em gênero. O Brasil de hoje reage com veemência. Os brothers 'cancelados' do BBB20 precisaram engolir a seco a gritante reprovação de sua postura intransigente.
Essa atípica edição do reality show mais polêmico da TV não é, na verdade, uma guerra entre sexos. Ainda que prevaleça a percepção do "meninas contra homens", como interpreta Felipe Prior, a competição se dividiu entre quem joga limpo e quem joga sujo. Cedo ou tarde, algumas mulheres provavelmente trairão a sororidade a fim de poupar o próprio pescoço. Poderão igualmente decepcionar, ser julgadas e rejeitadas. Contudo, hoje, a probabilidade de o Big Brother Brasil 20 ser vencido por uma sister é enorme.
Essa façanha igualaria o número de campeões entre todas as temporadas. No momento, são 10 homens (Kleber Bambam, Rodrigo Cowboy, Dhomini, Jean Wyllys, Diego Alemão, Rafinha Ribeiro, Max Porto, Marcelo Dourado, Fael Cordeiro e Cézar Lima) e 9 mulheres (Cida dos Santos, Mara Viana, Maria Melillo, Fernanda Keulla, Vanessa Mesquita, Munik Nunes, Emilly Araújo, Gleici Damasceno e Paula von Sperling).