Foram apenas 12 segundos. Pode parecer pouco tempo, mas, em TV, é o suficiente para se passar uma mensagem. O depoimento de Fábio Porchat em matéria da repórter Tatiana Nascimento no ‘Jornal Nacional’ de terça-feira (11), sobre a missa de sétimo dia de Paulo Gustavo, ficou marcado pela máscara com a inscrição ‘Fora Bolsonaro’ usada pelo humorista.
Percebeu-se a preocupação em filmá-lo de lado, com o slogan gritado pelos antibolsonaristas em posição oposta à da câmera. Contudo, quando se quer disfarçar ou esconder algo, geralmente o efeito conseguido é exatamente contrário. O protesto do artista, que era amigo de Paulo Gustavo desde a adolescência, não passou despercebido ao telespectador atento.
Ao ouvir Porchat para a matéria, a equipe do ‘JN’ não poderia pedir que ele tirasse a máscara por uma questão sanitária e porque seria censura à liberdade de expressão. Mas, ao exibir a provocação explícita no acessório usado pelo comediante, o jornalismo do canal praticamente endossa a mensagem.
Quase toda semana, no programa ‘Papo de Segunda’, no GNT (canal pago pertencente ao Grupo Globo), Fábio Porchat reforça sua crítica a Jair Bolsonaro. Na TV e em entrevistas, ele já se referiu ao presidente como “mente diabólica do mal” e “maléfico para o País”. Foi além: o xingou de “besta”, “idiota” e “muito burro”.