Na edição de segunda-feira (30), o Jornal Nacional 'fez as pazes' com Luiz Henrique Mandetta. Matéria do repórter Vladimir Netto destacou vários trechos da participação do ministro da Saúde na entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto horas antes.
O comandante da força-tarefa contra a epidemia de covid-19 no Brasil foi mostrado como um homem sensato e agregador. Ao mesmo tempo, o JN sugeriu que o governo tenta abafar a visibilidade, a liderança e a popularidade de Mandetta ao incluir outros ministros no pronunciamento diário à imprensa e passar a controlar os comunicados oficiais com recomendações da Saúde à população.
A incontestável defesa de Luiz Henrique Mandetta pelo JN aconteceu dois dias depois de uma crítica áspera do telejornal ao ministro. No sábado (28), uma nota lida por Ana Paula Araújo refutou declarações dele contra a imprensa. Mandetta disse que a TV pode ser "tóxica" e afirmou que os meios de comunicação são "sórdidos". Sugeriu que as pessoas consumissem menos informação.
Foi uma incompreensível bola fora daquele que, no momento, é o membro do governo que mais usa e precisa de TVs, rádios, jornais, revistas e portais de notícias. Mandetta contou com a simpatia da maioria dos jornalistas e veículos desde o início da crise provocada pelo novo coronavírus. Suas falas de desprezo caíram como bomba nas redações de TV. O Jornal Nacional afirmou que ele criticou a imprensa apenas para "agradar" seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro.
Mandetta se retratou na coletiva de ontem. "Aqui eu falei dos meios de comunicação outro dia, ficaram bravos comigo, puxaram minha orelha lá na Globo, porque eu fiz um comentário sobre a cobertura, e eu peço desculpas. Eu acho que a gente quando erra, a gente erra", declarou. "Naquele momento o que eu quis dizer foi o seguinte: leia um livro, discuta, escuta uma música, procura conversar, estamos na quaresma, leia um pouco a Bíblia, procure outras possibilidades."
Outros telejornais também destacaram o pedido de desculpas do ministro mais midiático do governo federal.