O "Cala a boca" dito e repetido por Jair Bolsonaro a jornalistas na manhã desta terça-feira (5), ao ser questionado a respeito da troca do superintendente da PF no Rio, ganhou ruidosa repercussão nos programas da GloboNews.
Durante o Estúdio i, a apresentadora Maria Beltrão rebateu o presidente com a frase "Cala a boca já morreu", em referência à citação feita pela ministra do STF Cármen Lúcia ao votar, em 2015, pela liberação das biografias não autorizadas e em defesa da total liberdade de expressão.
Na sequência, a comentarista de política Natuza Nery abordou outro tema polêmico: a agressão por parte de apoiadores de Bolsonaro contra profissionais de saúde e jornalistas durante protestos em Brasília, no feriado de 1.º de maio e no domingo (3). Ela usou um regionalismo para definir e criticar os agressores bolsonaristas. "Cresci em Recife e existe uma expressão para pessoas que agem assim: alma sebosa”, disse.
Uma pesquisa no Google revela que "alma sebosa" é como os pernambucanos definem uma pessoa de má índole e nociva à sociedade. O cantor recifense Johnny Hooker, que foi atacado por conservadores e religiosos ao dizer em um show que Jesus seria um travesti, possui uma música com o título "Alma Sebosa". Trecho da letra diz: 'Acha que a sua indiferença vai acabar comigo? / Eu sobrevivo, eu sobrevivo / Você não presta, ninguém é seu amigo / A solidão vai ser o seu castigo'.
Mais cedo, o âncora do GloboNews em Ponto José Roberto Burnier, em participação no Edição das 10h, mandou um recado a Bolsonaro: "Presidente, não vamos calar a boca". Ele considera inaceitável que os profissionais da imprensa sejam "achincalhados" diariamente por Bolsonaro.