Nos últimos dez dias, três apresentadores anunciaram a saída do cobiçado posto que ocupavam na televisão.
Após 22 anos na GloboNews, Sergio Aguiar, 48, não entrou em acordo com a direção do canal para seguir no comando do Em Pauta. “É fechar o ciclo que chama?”, postou no Instagram.
Em seu perfil no Twitter, o jornalista promoveu uma enquete para que os seguidores indicassem seu futuro na TV.
Entre as opções de voto estavam a CNN Brasil, a RecordTV e o canal de notícias no YouTube My News, criado em 2018 pela ex-Globo e ex-GloboNews Mara Luquet.
A maioria prefere vê-lo na versão brasileira da CNN, ainda sem data para iniciar transmissão. Sergio Aguiar ainda não definiu o retorno ao vídeo.
Já Maria Cândida saiu da TV Aparecida com destino certo. Trocou a apresentação do programa Manhã Leve por seu canal no YouTube, com lançamento previsto para segunda-feira, dia 4.
A jornalista, de 47 anos, passou por Globo, RecordTV, SBT, Bloomberg (em Nova York), RedeTV! e Rede Família. Estava desde 2017 na emissora católica sediada em Aparecida, no interior paulista.
Ela não descarta produzir conteúdo para a televisão: “Farei esporadicamente, tipo temporada, que é chique e tá na moda”, anunciou no Instagram. “Vou entrar com tudo no mundo digital.”
Outra profissional a deixar uma posição confortável em busca de novo sentido na carreira é Paloma Tocci, 36 anos.
Desde sexta-feira, dia 1º, ela não divide mais com Ricardo Boechat a bancada do Jornal da Band, onde foi vista nos últimos quatro anos.
De acordo com o site Notícias da TV, do jornalista Daniel Castro, não houve acordo financeiro para a renovação do contrato. Tocci não decidiu a próxima etapa profissional.
Esses três casos recentes se juntam a vários outros numa constatação: a realização pessoal vale mais do que um cargo de prestígio na TV.
Muita gente famosa no telejornalismo perdeu o medo de ousar para mudar o rumo da própria vida.
Jornalistas em situação confortável, como Cristina Serra, Evaristo Costa, Carla Vilhena, Flávia Freire e Daiana Garbin, saíram da televisão para trabalhar com internet, publicidade ou empreendimentos comerciais.
Entre os medalhões que ficaram famosos diante das câmeras há, certamente, muita gente infeliz que jamais vai abandonar o status e o glamour da TV.
Mas cresce o número de jornalistas e apresentadores com coragem de abandonar uma função privilegiada para tentar ser mais feliz em outro lugar.