No Twitter, a filósofa, escritora e ex-apresentadora do 'Saia Justa', do GNT (canal pago pertencente ao Grupo Globo), Marcia Tiburi, analisou a força midiática de Luciano Huck em possível candidatura dele à Presidência da República em 2022.
"As pessoas votariam no Huck pelo mesmo motivo que votaram em Trump: um animador de programas de auditório que tem na imagem um capital. Quem entende de animar e adular as massas não tem necessariamente competência para um cargo político. Não confundam!", escreveu a autora de 'Delírio do Poder' e 'Ridículo Político' e ex-candidata ao governo do Rio pelo PT, em 2018.
Em resposta ao post, José de Abreu retuitou mensagem do perfil 'Historiadora sem fronteiras': "O Huck é a síntese da burguesia escravagista, que quer exaurir o povo em função da sua ambição e vaidade desmedida. Apoiou o golpe e agora quer a presidência, tudo que faz e fala é com propósitos eleitorais e tem como padrinho a maior rede de telecomunicação".
Por meio dessa repostagem, o ator criticou a emissora onde trabalhou por 40 anos e fez personagens de sucesso, como o Tonhão de 'Bebê a Bordo' (1988), o Josivaldo de 'Senhora do Destino' (2004) e o Nilo de 'Avenida Brasil' (2012). O vínculo com o canal acabou em junho deste ano, de comum acordo.
Em tuíte de quinta-feira (12), no qual anunciou ser pré-candidato a presidente, José de Abreu, 74 anos, evidenciou a diferença ideológica entre ele e Huck. "Um global de esquerda contra um global de direita", registrou. Entre os seus quase 500 mil seguidores houve dúvida se o artista estava sendo irônico ou pretende mesmo disputar o Palácio do Planalto.
Na Globo, teme-se a associação da imagem da emissora à eventual candidatura de Huck. Os ataques começaram antes mesmo de o apresentador oficializar seu projeto político. "Acha que o povo vai votar em pau mandado da Globo?", desdenhou Bolsonaro em outubro de 2019. "O Luciano Huck não representa a esquerda, nem centro-esquerda. Ele representa a Central Globo de Televisão", declarou Lula em janeiro deste ano.
Sempre que se sentiu questionada, a emissora da família Marinho afirmou praticar jornalismo com "imparcialidade" e "isenção" ao cobrir o dia a dia da política nacional e os processos eleitorais no País. Como se vê, 2022 já começou - e em ebulição.