Jovens galãs se assumem gays no mês do orgulho LGBTQIA+

Cada vez mais atores superam o medo da homofobia e de prejuízo à carreira ao revelar sua identidade sexual

29 jun 2020 - 11h16

Assumir ou não assumir, eis a questão. Para um artista que vive da imagem pública e, portanto, da percepção e resposta do público, não é simples o ato de dizer em alto e bom som: "Eu sou gay". Quem o faz se expõe ao julgamento alheio e ao preconceito. Por outro lado, se liberta do medo e do fingimento. Passa a viver conectado com sua verdade.

João Côrtes, Igor Cosso e Pablo Alborán: eles querem inspirar outros jovens a vencer o medo para viver com mais liberdade
João Côrtes, Igor Cosso e Pablo Alborán: eles querem inspirar outros jovens a vencer o medo para viver com mais liberdade
Foto: Reproduções/Instagram

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+ (Lésbica, Gay, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexual/Arromântica/Agênero e mais).  Inspirados pela data, três artistas revelaram ser homossexuais. Um outing (saída do armário) que repercutiu na mídia, nas redes sociais e deve encorajar incontáveis pessoas a fazer o mesmo.

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“Eu sabia que era gay quando tinha uns 14 anos", contou João Côrtes no Instagram. "Nunca soube o que fazer com aquilo. Então eu dobrei e guardei numa caixinha, embaixo do meu caos emocional." Famoso como o 'ruivo' dos comerciais de telefonia celular, ele se destacou também como competidor e repórter do reality show musical Pop Star, da Globo.

O ator de 25 anos afirma que a "vergonha" de se assumir o "bloqueou emocionalmente". "Sou um homem branco, cis, de família de classe média alta liberal. Ser aceito nunca foi uma questão, mas isso jamais passou pela minha cabeça. E mesmo sendo privilegiado, eu travei", desabafou. No mesmo post, ele escreveu: "É tempo de coragem, é tempo de orgulho".

Além de orgulhar-se de ser quem é, os artistas que contam ser gays enfrentam o medo de risco à carreira. "Espero que não falte trabalho", confessou o ator e roteirista Igor Cosso. Em breve ele voltará a gravar o personagem Júnior da novela Salve-se Quem Puder, da Globo. Após postar a foto de dois rapazes se beijando (e pedir "orgulho e respeito"), ele fez outro post, no qual aparece sorridente ao lado do namorado.

Em nova mensagem, "de: eu, para: eu", Igor fez um exercício de linguagem, conversando com ele mesmo a respeito desse momento de libertação. "Igor, acorda cara! É verdade isso tudo! Esse tanto de gente nova te seguindo. Esse tanto de mensagem bonita. Olha só que renovação!", escreveu o galã de 29 anos. "Olha só que evolução. Você sempre falou que tem que ter coragem pro mundo avançar. A gente sempre quis fazer a diferença."

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Quem também se inspirou no clima anti-homofobia em plena pandemia de covid-19 para se despir da falsa imagem de hétero foi o cantor espanhol Pablo Alborán, 31 anos, cantor de Dónde está el Amor, da trilha da novela Haja Coração, de 2016. "Estou aqui para contar que sou homossexual", disse em vídeo divulgado no Instagram. "Jamais me senti discriminado, odiado por ser quem sou. Acredito que agora serei um pouquinho mais feliz."

Apesar do recrudescimento do conservadorismo no Brasil, e da defesa de pautas anti-LGBTs na política, se torna cada vez mais comum ver atores, cantores, apresentadores e modelos relatando a homossexualidade e unindo-se a grupos de combate à homofobia.

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