Aos 62 anos e longe das novelas desde 2006, Lucélia Santos encara novo desafio na carreira – e bem distante do Brasil.
Em junho, a atriz se mudou para Lisboa, onde começa a gravar nesta quinta-feira (4) a nova novela da TVI, criada por Rui Vilhena, autor de Boogie Oogie, exibida na Globo entre 2014 e 2015.
Para divulgar o novo trabalho, Lucélia e o parceiro de cena, Edwin Luisi, com quem fez par românico em Escrava Isaura (1976), estiveram no programa Você na TV!, da mesma emissora portuguesa que os contratou.
A situação política brasileira ocupou boa parte da entrevista. Militante de esquerda e ativista ambiental, a atriz não poupou críticas ao governo de Jair Bolsonaro.
“É o pior momento da história do Brasil desde a ditadura militar, sem qualquer dúvida. Um retrocesso civilizatório. Todo dia você acorda e acha que está vivendo um pesadelo que não passa”, afirmou. “A gente vive uma crise institucional e quase constitucional.”
Lucélia Santos acredita que os colegas de profissão devem se posicionar.
“Não acho que os atores têm que ter por obrigação uma posição social-política expressa, contanto que você tenha a sua própria consciência funcionando”, disse.
“Mas na medida em que nosso País está andando para esse lugar, que é o fascismo, aí cobro os artistas que se expressem. Não é mais uma questão de partidos, o que está em causa agora é a sobrevivência da democracia. Agora é hora de todo mundo sair da casinha e falar.”
Ao comentar a discrição de Edwin Luisi, que prefere não polemizar a respeito de política, a atriz sugeriu ter sido prejudicada na carreira por conta de seu ativismo. “Eu sei o que eu tenho sofrido por me expor.”
Seu último trabalho longo na teledramaturgia foi a temporada única da série Donas de Casa Desesperadas, na RedeTV. No ano anterior havia participado de Cidadão Brasileiro, na Record. Ela não faz novela na Globo desde 2001, quando interpretou a médica Jackie em Malhação.
Antes de assinar contrato com a TVI, a atriz se dedicava a projetos de teatro e cinema.
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