"Em um mundo com igualdade, a Marta seria tão famosa quanto meu pai. Deveria ser, mas não é", afirmou a documentarista Kely Nascimento-DeLuca.
Ela foi entrevistada pela equipe brasileira da Rádio França Internacional durante evento de profissionais de várias áreas do esporte, em Paris. A atacante alagoana Marta, 33 anos, já foi eleita melhor do mundo seis vezes.
"Quando você cresce numa cultura (machista), não presta muita atenção. 'Ah, é assim, fazer o quê?' Mas o exemplo das mulheres nos Estados Unidos (atuais campeãs da Copa do Mundo) é muito importante", ressaltou a cineasta e produtora audiovisual, de 53 anos, filha mais velha do 'Rei do Futebol'.
Na Global Sports Week, Kely apresentou seu documentário 'Warriors of the Beautiful Game' ('Guerreiras do Jogo Bonito', em tradução livre). A produção mostra uma garota da periferia de Salvador, na Bahia, que vai jogar futebol nos Estados Unidos.
O filme destaca as barreiras enfrentadas pelas mulheres no futebol, especialmente o machismo e a falta de investimentos. Há depoimentos de Marta, atualmente jogando no Orlando Pride, e Neymar, do Paris Saint-Germain.
Radicada em Nova York desde 1975, Kely disse ter preferido não recorrer ao prestígio internacional do pai durante a maior parte da vida. Agora mudou de ideia.
"Vou usar (o nome de Pelé) até ele ficar gastadinho, porque as pessoas escutam e são coisas importantes (a serem ditas). Ele também fica feliz. É um jeito de continuar tudo o que ele fez".
Recluso por conta de problemas de saúde, Pelé completará 80 anos em outubro. Sem participar de eventos públicos, o ex-jogador tem sido visto apenas em vídeos postados em suas redes sociais.