Em agosto de 2019, William Bonner saiu do Instagram e anunciou o afastamento das redes sociais. "Saindo daqui. Vivendo a vida de verdade. A minha vida. Obrigado", comunicou antes de excluir a conta. Ela manteve o perfil no Twitter, onde havia parado de postar no mês anterior. O silêncio no microblog foi quebrado em 9 de maio deste ano.
Naquele dia, o âncora e editor-chefe do JN tuitou a imagem estilizada da bandeira do Brasil em preto e branco para simbolizar o luto por 10 mil mortos pela covid-19 no País. Menos de duas semanas depois, o jornalista voltou a usar o Twitter. Em uma série de mensagens denunciou a fraude usando os dados do filho dele para conseguir o auxílio emergencial de 600 reais. Depois disso, calou-se novamente.
Apesar da irregularidade de posts, Bonner possui 10,2 milhões de seguidores. A maioria é de 'sobrinhos' do 'tio' (como ele se autoapelidou), mas há também incontáveis críticos. Muitos deles se declaram apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, atacam o jornalismo da Globo e as matérias do Jornal Nacional desfavoráveis ao ocupante do Palácio do Planalto. Existem também inúmeras ofensas a Bonner.
Em participação recente no Conversa com Bial, o âncora disse não se conformar com o "ódio" e a "maldade" direcionados a ele e sua família. A hostilidade não é apenas na internet. Ele já foi agredido verbalmente no dia a dia. Passou a evitar aparições públicas. Deixou até de voar na ponte-aérea Rio-São Paulo a fim de não ser alvo de provocações.
Cobra-se de William Bonner um preço alto por comandar a bancada e a redação do telejornal de maior audiência da televisão (médias acima de 30 pontos) e mais crítico ao governo. Na visão dos bolsonaristas, ele é a imagem do inimigo na mídia. A esquerda fez a mesma projeção durante as presidências de Lula e Dilma. Pelo poder que tem, Bonner se tornou um alvo preferencial.