Mony Gester comenta entrada no elenco de ‘Amor de Mãe’

Atriz busca ressignificar a vida e a carreira após o impacto inicial com a pandemia de covid-19

15 out 2020 - 14h43

Com quase 20 anos de carreira artística, Mony Gester foi surpreendida com as mudanças bruscas impostas pelo novo coronavírus. Enquanto alguns projetos foram adiados ou repensados, ela se surpreendeu com a oportunidade de participar da reta final de ‘Amor de Mãe’. Interrompida em março, por conta da pandemia, a novela das 21h da Globo voltará a ser exibida em 2021. No momento, a equipe trabalha na finalização dos últimos capítulos. Do isolamento doméstico diretamente para os Estúdios Globo, Mony Gester conversou com o blog.

“Temos que entender essa nova forma de trabalhar, já que estamos vivendo uma pandemia”, afirma Mony Gester
“Temos que entender essa nova forma de trabalhar, já que estamos vivendo uma pandemia”, afirma Mony Gester
Foto: Edu Alpendre/Divulgação

Em post com foto sua nos Estúdios Globo, você escreveu: “Viver é melhor que sonhar”. Fazer novela na emissora sempre foi um sonho?

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Essa frase encaixou com perfeição para essa oportunidade que surgiu em meio a tempos tão loucos. Vivo para realizar aquilo que um dia sonhei, e sonho grande, por isso me dedico e trabalho bastante. Hoje, aos 30, tenho orgulho da minha trajetória e consciência do meu propósito enquanto artista. Quero associar meu nome e minha imagem a projetos que reflitam e transformem a sociedade e, com certeza, a teledramaturgia é uma arte poderosa. Os “nãos” que recebo me motivam ainda mais para chegar aonde quero.

Como surgiu a oportunidade de participar de ‘Amor de Mãe’ e o que pode adiantar a respeito?

Fiz teste para novela no final do ano passado e acabou não rolando. Nessa volta das gravações, cheia de cuidados e precauções por conta da covid, a produção contratou um elenco de apoio fixo para finalizar essa história tão especial e, assim, fui convocada.

Sente-se segura durante as gravações? Os rígidos protocolos de segurança afetam de alguma maneira o trabalho do ator?

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Me sinto completamente segura no trabalho. Temos que entender essa nova forma de trabalhar, já que estamos vivendo uma pandemia. Todos os possíveis e necessários cuidados estão sendo tomados, didaticamente explicados e supervisionados. O trabalho do ator é mutável o tempo todo e, assim como na vida real, precisamos nos adaptar.

Como está a produção do musical ‘Como é que se diz “Eu te amo”’? Você e seu namorado, Mitt Yamada, conseguiram avançar com o projeto durante a quarentena?

O musical ‘Como é que se diz “Eu te amo”’, de Leo Corrêa, está em fase de captação. Tivemos alguns entraves por conta da pandemia, mas, mesmo em um ritmo mais lento, estamos organizando e caminhando com o projeto. Temos alguns nomes confirmados para o elenco e, em breve, abriremos a seleção para definir os 15 atores. O musical dá vida a histórias baseadas nas músicas da banda Legião Urbana. ‘Santo Cristo’, ‘Johnny’, ‘Jeremias’, ‘Maria Lúcia’, ‘Eduardo e Mônica’, por exemplo, estão na trilha sonora desses adolescentes que têm vidas entrelaçadas na jornada para se tornarem adultos. Muitos temas importantes são levantados e discutidos. Estamos muito ansiosos para ver tudo isso no palco.

Como o distanciamento social e a hiper convivência doméstica mudaram sua visão de mundo, a relação com a arte e seu relacionamento?

A pandemia despertou uma preocupação maior com a nossa família, por estarmos distantes (eles moram em Belém, no Pará), mas felizmente todos ficaram bem. Moro com o Mitt há 4 anos e nossa relação é de muito diálogo, respeito e transparência, sempre foi assim. Como trabalhamos na mesma área e, muitas vezes, no mesmo projeto, estamos acostumados com essa hiper convivência. Brinco que quando a gente precisa de mais espaço, escolhemos um dia e quase não nos falamos, ele fica na sala e eu no quarto, e então a noite voltamos a nos ‘encontrar’ (risos). Na arte, a pandemia sem dúvidas provocou um baque, me desestruturou completamente, já que estava em cartaz com uma peça de produção minha e com planos de viagens. Precisei de um tempo para entender o que estava vivendo, pensar nos meus privilégios e agir. Reencontrei a escrita, um refúgio que tem me salvado até hoje. Coisas que só a arte faz.

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Uma dica de filme, série, livro e música para quem está em casa, à espera do fim da quarentena.

Indico o documentário ‘The Game Changers’ (traz informações e curiosidades sobre a vida de atletas veganos); a série ‘Mad Men’, uma das minhas preferidas (retrata o mercado publicitário e o início das mudanças sociais e morais nos Estados Unidos, na década de 1960); ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’, de Allan Kardec, é meu livro de cabeceira e tem me ajudado muito a ressignificar e entender a época que estamos vivendo; músicas indico as dos meus amigos, para já colocar na playlist da quarentena: ‘Conquista’, do Cleo Silva, e ‘3 por 1 real’, da Carol Bambo.

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