As grandes redes de sinal aberto do Brasil têm o que comemorar e também o que lamentar.
A boa notícia é que milhões de telespectadores voltaram a sintonizá-las após cancelar a assinatura de TV paga em razão da perda de poder de consumo. Esse retorno tem gerado melhores índices de audiência.
A má notícia: os custos dispararam nos últimos anos e o faturamento atual não é suficiente para impulsionar o negócio. Há uma estagnação no setor.
O recente cancelamento de programas na TV Gazeta de São Paulo – os apresentadores Ronnie Von e Celso Zucatelli deixaram a empresa – ilustra a crise dramática que afeta até mesmo a poderosa Globo, que reduziu os ganhos de alguns contratados.
No geral, atrações sem patrocínio ou com arrecadação insuficiente estão saindo do ar. Projetos em andamento voltam para a gaveta por falta de verba. Contratações são adiadas.
Artistas e jornalistas se veem obrigados a renovar contrato com salário mais baixo. Quem não aceita busca novas oportunidades.
Dias atrás, os repórteres Phelipe Siani e Mari Palma trocaram a Globo pela CNN Brasil. O canal jornalístico, que deverá entrar no ar no fim do ano, é o único a fazer grandes investimentos no momento.
A realidade econômica do País se impôs ao mundo mágico da televisão. Nem os parentes dos donos das emissoras são poupados de certo sacrifício.
Situação exemplar: Tiago Abravanel recebeu o ‘ok’ do avô Silvio Santos para comandar uma competição gastronômica no SBT – desde que arrume patrocínios para cobrir os gastos e gerar lucro.
Os grandes anunciantes ainda direcionam muito dinheiro para campanhas publicitárias na TV, mas o veículo agora tem a concorrência das plataformas digitais.
Enquanto as mídias impressas minguaram, sites e redes sociais ganham cada vez mais relevância por atingir numeroso público.
Como as emissoras de TV vão se recuperar? Nenhum executivo de comunicação arrisca cravar uma resposta. Só o tempo dirá.