A primeira telenovela brasileira estreou em 21 de dezembro de 1951, na TV Tupi (emissora extinta em 1980). ‘Sua Vida Me Pertence’ foi escrita e dirigida por Walter Forster.
Era apresentada ao vivo duas vezes por semana, na faixa das 20h, e teve quinze capítulos. Nascia ali a paixão do brasileiro pelas tramas de heróis, mocinhas e vilões.
Há décadas comenta-se a respeito da decadência do gênero, mas as novelas continuam a fazer parte do cotidiano de milhões de brasileiros e são fonte segura de faturamento para as emissoras.
Ainda que tenham menos audiência em números, atraem mais gente diante da TV, já que a população hoje é muito maior do que nos primórdios da televisão.
A Kantar Ibope fez um levantamento em países latinos a respeito dos gêneros preferidos dos telespectadores.
No Brasil, obviamente, venceu a boa e velha novela. Em segundo lugar, as transmissões de jogos de futebol. Os filmes garantiram a terceira colocação na preferência nacional.
Já os ‘hermanos’ argentinos gostam mais de programas humorísticos. A telenovela é a segunda opção. Programas de entretenimento em terceiro no ranking.
Ao ligar a TV, o uruguaio opta primeiramente por reality shows. Em seguida, novela e jornalísticos.
Já no Chile a prioridade são as atrações esportivas. Programas juvenis na segunda colocação. Ficção em terceiro.
Os paraguaios gostam mais de novelas. A seguir, filmes e minisséries.
No Peru, o primeiro lugar ficou com comédias. Depois, exibição de concursos e de partidas de futebol.
A telenovela é o gênero mais prestigiado no Equador, à frente de talk shows e reportagens.
Os colombianos elegeram como formato preferido o reality show. Concursos em segundo e, depois, séries.
Essa pesquisa considerou a audiência aferida pela Kantar Ibope nesses mercados entre janeiro e outubro de 2017.
Como se nota, as novelas não dominam mais a América Latina como nas décadas de 1970, 1980 e 1990.
Contudo, ainda estão no topo do consumo de TV da maioria dos Países latinos.
Ainda há um público numeroso que gosta de embarcar nos romances, vilanias e vinganças desse gênero que deu fama à TV brasileira nos quatro cantos do planeta.
O noveleiro gosta de temperar a própria vida com a ficção envolvente que uma telenovela bem-feita oferece.
Nossas produções mudaram o jeito de se ver TV em nações de culturas absolutamente diferentes, como China e Rússia.
O desprezo de muitas pessoas – intelectuais, inclusive – às novelas é um equívoco. Trata-se de um produto artístico de qualidade reconhecida internacionalmente.
Pode-se não gostar, mas não existe razão para menosprezar aquilo que a televisão brasileira sabe fazer tão bem.