“Só há uma coisa no mundo pior do que se ver transformado em alvo de rumores. É não despertar rumor algum”, escreveu o dramaturgo irlandês Oscar Wilde, autor do romance sobre narcisismo doentio O Retrato de Dorian Gray.
Hoje, o que mais se vê são pessoas inconformadas com o próprio anonimato.
Elas fazem o possível para conseguir fama. Nem que seja má fama.
As redes sociais são uma plataforma eficiente para quem busca os tais 15 minutos de popularidade profetizados pelo artista norte-americano Andy Warhol.
Pelo Facebook, Instagram e Twitter promove-se a superexposição da própria vida e a invasão da privacidade dos outros, sejam eles celebridades ou desconhecidos.
A deformação social vai além: pessoas com distúrbios mentais passaram a transmitir acontecimentos terríveis. Alguns já exibiram o próprio suicídio.
Há outro perfil, o dos assassinos midiáticos, como o australiano que massacrou dezenas de muçulmanos numa mesquita da Nova Zelândia com uma câmera ligada na cabeça, a fim de mostrar ao mundo seu ato de monstruosidade.
O que eles desejam com esses atos tenebrosos é viralizar sua imagem para ganhar fama instantânea, ainda que póstuma.
Especialistas em psiquiatria e crimes de ódio explicam que esses extremistas agem motivados por baixa autoestima, incapacidade de lidar com frustrações, inveja, intolerância e falta de empatia.
São os mesmos sentimentos nocivos que fazem tanta gente cometer cyberbullying.
Muitos desses indivíduos deveriam estar medicados e sob tratamento psicoterápico.
No fundo, são almas tristes incapazes de produzir a própria felicidade e revoltados com a felicidade alheia.
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