Em entrevista ao ‘The New York Times’, a atriz Philippine Leroy-Beaulieu comentou a fúria na França contra a série-sensação ‘Emily in Paris’, uma das maiores audiências do ano na Netflix. Houve protestos contra a visão estereotipada dos parisienses e clichês a respeito da França.
“Os franceses são bons em zombar de outras pessoas, mas não têm senso de humor sobre si mesmos”, afirma a artista. Sua personagem, Sylvie, é apresentada como uma francesa típica: sofisticada, arrogante, passional e sem paciência com estrangeiros.
Ironicamente, Philippine já se sentiu uma estranha em seu próprio País. Filha de franceses, ela nasceu em Roma, na Itália, onde viveu até a adolescência. Ao se mudar para Paris sofreu bullying de professores e colegas de escola por não dominar as formalidades do idioma. “Foi humilhante, horrível”, relembra. “Eu odiava os franceses, odiava os parisienses.”
Assim como aconteceu com Emily (Lily Collins) na série, Philippine Leroy-Beaulieu também se sentiu “la plouc” (a caipira) em Paris, mesmo sendo francesa. “Sim, existem parisienses tão mesquinhos como Sylvie.” No final da primeira temporada, sua personagem cede (parcialmente) aos encantos da forasteira norte-americana.
A veterana atriz, de 57 anos, se recusar a ser refém do glamour e da pose. Quase nunca usa sapatos de salto, circula de bicicleta pela capital francesa e prefere bistrôs simples a restaurantes da moda. Apreciadora de música brasileira, gosta especialmente do repertório de Djavan, Gilberto Gil e João Gilberto.
Em postagens nas redes sociais, Philippine se mostra entusiasmada com a segunda temporada de ‘Emily in Paris’. Oficialmente, a Netflix não anunciou a produção, mas há indícios que a série terá continuidade porque que o desfecho do décimo episódio apresentou um gancho sobre o triângulo amoroso com a participação da protagonista. As gravações na França só deverão ser iniciadas após vacinação em massa contra o coronavírus.