Luisa Marilac promete acabar com o tédio da quarentena. A transexual que inspirou vários memes divide bancada com Marcão do Povo no canal de YouTube lançado pelo âncora do Primeiro Impacto, do SBT. Os dois fazem transmissão ao vivo do quadro Língua Afiada, de segunda a sexta, das 16h às 17h. “Quero divertir o povo”, diz a digital influencer. “Meu objetivo é passar um pouco da minha alegria de viver.”
A atração se baseia em fofocas sobre famosos com generosa pitada do humor brejeiro de Marilac. Em vários momentos, ela relata acontecimentos pitorescos de sua agitada trajetória. “Fiz 26 filmes pornôs quando era jovem”, contou outro dia. Marcão aproveita a irreverência da parceira para revelar seu lado descontraído. Os dois estão em total sintonia e rendem impagáveis tiradas cômicas.
Questionada a respeito das polêmicas em torno de Marcão, que já foi acusado de ser reacionário e preconceituoso, Luisa contemporiza. “Ele errou e admitiu isso. Agora está mostrando seu lado mais humano”, afirma. “Falam tão mal dele, e olha só quem deu oportunidade de ouro a uma mulher trans. Quero que todo mundo conheça o Marcão gente fina que eu conheço.”
No auge de sua popularidade por conta do vídeo viralizado, Marilac foi paparicada por vários programas de TV. Depois conheceu o desprezo de pessoas que ganharam audiência explorando sua história. “Já me senti usada, humilhada, mas não guardo mágoas”, jura. “Fui ao fundo do poço, mas dei a volta por cima graças aos meus seguidores nas redes sociais. Sempre me senti apoiada por eles.”
No YouTube, a apresentadora não quer reproduzir a maledicência de alguns fofoqueiros famosos. “Tem gente aí que sente prazer em destruir a imagem dos outros. Senti isso na pele. Uma vez, disseram que eu tinha sido encontrada morta numa beira de estrada. Fofocas do mal jamais vou fazer”, explica. “Se tiver que criticar, vou criticar. Não tenho rabo preso com ninguém. Mas sempre com respeito.”
Luisa Marilac diz receber tratamento de estrela na produtora criada por Marcão do Povão. “Tenho camarim e uma maquiadora profissional. Um luxo, meu amor!”, conta a dona dos bordões “Acorda, curupira!” e “Ainda teve boatos de que eu estava na pior”.
O figurino elegante é produzido em lojas parceiras, como a Kaiz Tatuapé, de São Paulo. “Fico feliz de ver marcas apoiando mulheres trans. Até pouco tempo, ninguém queria associar sua imagem a nós. Sempre vou usar o espaço que tenho na mídia para lutar por todos os transexuais”, anuncia.
E se pintar um convite para fazer fofoca na TV? “O Marcão disse que eu tenho talento e, cedo ou tarde, vou acabar diante das câmeras de alguma emissora. Não me iludo, mas se aparecer uma chance, vou agarrar.”
