Na sua vez de falar na Cúpula de Líderes sobre o Clima organizada pelos Estados Unidos, Jair Bolsonaro não contou com a audiência do principal telespectador do evento. O presidente americano, Joe Biden, havia saído do Salão Leste da Casa Branca pouco antes, quando a imagem do chefe de Estado do Brasil já aparecia em um monitor no local.
Na TV, Bolsonaro surgiu em enquadramento fechado. Atrás dele, duas bandeiras do País serviram de cenário. O figurino foi pensado: camisa azul claro e gravata verde em referência às cores nacionais. Na lapela do paletó preto, dois botons — um deles verde e amarelo.
A imagem na televisão não mostrou, mas o presidente estava cercado de ministros e assessores durante sua fala, em um salão no Palácio do Planalto. Ao lado direito, tinha o titular do Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que fez uma entrevista coletiva de apenas seis perguntas logo depois. À esquerda na mesa, o chanceler Carlos Alberto França.
O presidente leu o discurso de 7 minutos no teleprompter, aparelho acoplado a uma câmera onde é projetado o texto — a mesma tecnologia usada pelos âncoras de telejornais. Antes de entrar no ar, ele estava com óculos de grau ao acompanhar as mensagens anteriores por um monitor instalado à sua frente, no chão. Por fones de ouvido comuns, recebia a tradução simultânea.
Atentado a tudo, a poucos passos, estava o ministro das Comunicações, Fabio Faria (casado com a apresentadora Patrícia Abravanel, do ‘Vem pra Cá’, do SBT), que atua como uma espécie de consultor de imagem do presidente.
As principais emissoras de notícias, como GloboNews e CNN Brasil, transmitiram na íntegra a participação de Bolsonaro e, depois, acionaram comentaristas e especialistas em meio ambiente para fazer a repercussão. Em geral, o tom foi de ceticismo ao avaliar o teor do discurso.