Precisamos baixar as expectativas em relação à Globo

Estreias mornas do novo 'Jornal Hoje', 'Se Joga' e 'Éramos Seis' ressaltam a dificuldade da emissora líder em surpreender

1 out 2019 - 12h45
(atualizado às 13h54)
Maju Coutinho, Fernanda Gentil e Gloria Pires: estreias dominadas por mulheres
Maju Coutinho, Fernanda Gentil e Gloria Pires: estreias dominadas por mulheres
Foto: Fábio Rocha/Victor Pollak/Raquel Cunha/TV Globo / Divulgação

Maju Coutinho em pé (elegantíssima, ressalte-se) ao lado de uma bancada menor que a anterior e um bloco longo de notícias policiais. Essas foram as principais novidades do repaginado 'Jornal Hoje'.

A estreia aconteceu na segunda-feira (30). O telejornal está pautado no carisma e na comunicação informal da âncora. Faltou inovar no conteúdo.

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Que tal ressuscitar um dos quadros de maior sucesso do jornalístico vespertino décadas atrás: a conversa olho no olho com personalidades interessantes?

Na sequência do 'JH' veio o 'Se Joga'. Fernanda Gentil, Érico Brás e Fabiana Karla apresentam interação positiva – algo raro quando vários apresentadores (leia-se egos) dividem o palco e as câmeras.

O problema está no formato do programa. Dispara ideias para todo lado em aparente tentativa de captar os mais diversos perfis de telespectadores. No fim, fica a impressão de que não tem personalidade própria. Resulta em uma colagem estranha.

Parece nova versão do 'Vídeo Show' misturada ao extinto 'Vídeo Game' de Angélica, com pitadas de 'Comedy Central' e outras ideias nada diferentes do que já se viu por aí.

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O começo de uma atração é mesmo complicado. Os acertos são feitos ao longo do tempo, na prática.

Às 18h30 do dia de novidades na Globo entrou no ar 'Éramos Seis'. É a quinta versão da saga familiar da batalhadora mãe Lola, agora vivida por Gloria Pires.

O primeiro capítulo apresentou os personagens do núcleo principal e estabeleceu o clima pitoresco da trama. Apenas cumpriu a função, sem impressionar.

Será mesmo que 'Éramos Seis' precisava ser refeita? Com tantas sinopses inéditas criadas pelas dezenas de autores da Globo, à espera de produção, era o momento de investir em uma história ainda fresca na memória dos noveleiros?

Parece ter sido um exercício de saudosismo (e talvez vaidade) do diretor de Dramaturgia Diária da Globo, Silvio de Abreu, autor – ao lado do saudoso Rubens Ewald Filho – da versão de 1994 exibida com sucesso no SBT.

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E assim o grande ‘Dia D’ de estreias no canal mais visto da televisão brasileira – tão propagado e aguardado – frustrou quem esperava ser surpreendido. Precisamos nos policiar para não exagerar nas expectativas.

Quem quer ousadia e sopros de criatividade deve continuar a buscá-los nos canais pagos e nas plataformas de streaming.

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