Quarta na linha de sucessão do trono da Noruega, a princesa Märtha Louise, 48 anos, está especialmente comovida com os atuais protestos antirracistas em várias partes do planeta. Ela sente efeitos do preconceito por ser uma mulher branca que ama um homem negro.
A nobre se relaciona há pouco mais de um ano com o xamã americano Durek Verret, 45 anos. O relacionamento horrorizou a corte nórdica e boa parte dos súditos por ele ter pele escura, ser plebeu e se apresentar como líder espiritual.
Apaixonada, a princesa decidiu enfrentar a hostilidade. Pressionada, aceitou até abrir mão de usar seu título de nobreza em trabalhos privados para não desafiar as tradições da monarquia de seu País. Nas redes sociais, passou a criticar abertamente quem se mostra racista em relação ao noivo.
"O racismo é o modo como as pessoas o evitam, deixando perfeitamente claro que o lugar dele na mesa não lhe corresponde", exemplificou. "Pessoas em posições importantes repudiam a forma como ele se atreve a tocar na mão delas para dizer boa noite."
Märtha Louise revelou um movimento coletivo de parentes e amigos que tentam envenenar sua relação. "Dizem que Durek não é uma boa pessoa, que não me ama, que me manipulou para amá-lo e que me explora financeiramente."
Em outro trecho de um desabafo, a princesa refletiu a respeito da hipocrisia de quem afirma não ser preconceituoso ainda que refute a diversidade racial. "Certas pessoas acreditam que não são racistas, mas não conhecem ninguém com cor de pele diferente, além dos empregados. Isso é racismo."
O namoro interracial de Märtha e Durek gerou mais do que fofocas: ambos receberam ameaças de morte. "Estou num curso intensivo de como a supremacia branca entra em cena", disse a filha do rei Harald e da rainha Sônia.
A princesa explicou a razão de passar a falar abertamente sobre o assunto. "Como pessoa branca, preciso me educar e não apenas ser contra o racismo, mas também ser antirracista. O racismo não é somente discriminação aberta, abuso ou assassinato de pessoas negras, um problema óbvio. O racismo também está nos detalhes.”