Em julho, Patrícia Poeta completará 1 ano no comando do ‘Encontro’. O pior da crise de audiência e da resistência a seu nome já passou.
O programa apresenta estabilidade. Semanalmente, empata ou fica ligeiramente à frente do ‘Mais Você’ de Ana Maria Braga (há 23 anos no ar) na aferição do Ibope.
Na mídia e nas redes sociais, a maior repercussão ainda é sobre declarações e gafes de Poeta, mas diminuíram as críticas ácidas a seu desempenho e à suposta rivalidade com Manoel Soares.
Na semana passada, a Globo anunciou a ascensão do ex-marido dela, Amauri Soares, ao cargo de diretor dos Estúdios Globo. Será o chefe da área de produção de entretenimento, incluindo novelas.
Essa novidade é positiva e negativa para Patrícia Poeta. Ter o pai de seu filho em posto tão importante poderá dar mais segurança à apresentadora. Não se trata de apontar nepotismo, e sim de ter um elo ainda mais forte com a emissora.
Essa boa relação, aliás, deverá gerar mais fofocas nos bastidores, na imprensa e no tribunal da internet. “Patrícia Poeta só se segura na Globo porque tem costas quentes”, dirão.
Tal julgamento é até compreensível. Todo parente de alguém poderoso em um canal de TV vai receber esse olhar de desconfiança e desprezo por ser hipoteticamente privilegiado e protegido. O preço a pagar.
Contudo, essa postura desmerece o talento e o profissionalismo da jornalista. Goste-se ou não, ela cumpriu bem todas as funções na Globo, desde seu início na previsão meteorológica, em 2000, e incluindo os anos na bancada do ‘Jornal Nacional’.
Hoje, o melhor a Poeta seria o fim do ‘Encontro’. Por mais que se esforce, não conseguirá exorcizar totalmente a sombra da antecessora Fátima Bernardes. O programa não possui 100% de sua identidade e padece com formato desgastado.
Em um cenário ideal, ela formataria uma nova atração do zero, imprimindo o seu DNA artístico. Assim, estaria mais confortável no ar e não seria vítima das injustas (e inevitáveis) comparações com a apresentadora anterior.
Chamada pretensiosamente de ‘supermanhã’, a programação matinal da Globo precisa ser revitalizada. O público merece mais do que papo no sofá e em mesa de café da manhã.
Tomara que Amauri Soares traga uma onda de criatividade e inovação. Competente e carismática, Patrícia Poeta tem a contribuir com essa complicada faixa horária da televisão.