Em casa, sob isolamento social, milhões de brasileiros enxergam na TV a única opção para se informar e entreter. Com isso, o aparelho fica ligado muitas horas ao longo do dia e da noite. O conteúdo exibido passa a determinar ações e reações.
Essa influência gigantesca da televisão é benéfica? Há algum risco a quem consome TV em excesso? O blog ouviu a psicóloga, mestre e doutora em ciências da religião pela PUC-SP Lilian Wurzba, autora de livros e professora da Casa do Saber, de São Paulo.
"Depende do tipo de programa escolhido e do tempo de exposição. A TV apresenta uma diversidade em sua programação e, neste momento crítico, em que são necessárias informações adequadas para enfrentá-lo, é preciso muito cuidado na escolha do que se vai assistir", analisa a especialista.
Na visão Lilian Wurzba, o hábito de ver TV exige moderação para evitar o surgimento de adversidades ao bem-estar individual. "Importante sim estarmos atualizados. Mas todo excesso faz mal. Existem muitos estudos que mostram os prejuízos que a TV pode causar, desde riscos para a saúde física, como a obesidade, problemas cardiovasculares, entre outros, como também para a saúde mental, como medo, depressão, agressividade."
O isolamento domiciliar determinado pelas autoridades pode suscitar alienação causada pelo excesso de tempo dedicado à programação da TV. A psicóloga comenta essa situação. "Distração significa falta de atenção em relação ao mundo exterior, irreflexão, e que o alheamento da realidade externa pode proporcionar tanto uma interiorização, um voltar-se para si, como pode representar uma fuga. E este momento pede muita atenção! Assim, vamos usar a TV com moderação."