Vivemos novos tempos. Antes, as novelas dominavam o ‘boca a boca’ nos quatro cantos do País.
Agora, as produções originais da Netflix é que estimulam as conversas presenciais e virtuais.
Basta deslizar a timeline da sua página no Facebook ou no Twitter para ver incontáveis notícias, memes e comentários a respeito de longas e séries lançados pelo gigante do streaming.
Nos últimos dias, houve uma divisão radical entre quem amou e os que odiaram a versão audiovisual do livro Bird Box protagonizada por Sandra Bullock.
O filme dirigido pela cineasta dinamarquesa ganhadora do Oscar Susanne Bier gerou muitas matérias na imprensa e até discussões em programas de TV, além de incontáveis vídeos de youtubers.
Outro longa com o selo Netflix, Roma, do diretor mexicano e também oscarizado Alfonso Cuarón virou a joia cinematográfica do ano na opinião da maioria dos assinantes do serviço e da crítica.
Outras atrações recentemente disponibilizadas na plataforma, como os filmes Mogli: Entre Dois Mundos e Legítimo Rei e a série Elite também ganharam espaço valioso na imprensa e nas mídias sociais.
Enquanto isso, na velha TV aberta, o gênero que mais suscitava engajamento vive um período de quase indiferença por parte dos telespectadores.
As novelas atuais da Globo, RecordTV, do SBT e Band não suscitam o mesmo entusiasmo de outros tempos.
O maior termômetro disso é a baixa quantidade de posts de usuários de redes sociais a respeito de tramas como Espelho da Vida, O Sétimo Guardião e Jesus.
Os folhetins ainda têm audiência relevante e são fonte de ótimo faturamento, porém perderam poder de mobilização.
Produções de canais pagos e streaming passaram a ser o novo foco de interesse de milhões de brasileiros que desistiram de acompanhar as novelas tradicionais.
Caso aconteça um fenômeno parecido com o que foram Avenida Brasil (2012) e Os Dez Mandamentos (2015), o interesse em palpitar certamente vai ressurgir.
Somos uma nação com 210 milhões de noveleiros. Alguns devotados, outros infiéis.