Nesta terça-feira (22), no discurso exibido na abertura da Assembleia Geral da ONU, Jair Bolsonaro voltou a disparar contra a imprensa. Sem citar nominalmente a Globo, mas com incontestável referência à emissora, o presidente responsabilizou a mídia pelos mais graves problemas do Brasil.
Disse a respeito do desmatamento desenfreado e do fogo incessante na Amazônia e no Pantanal: “Somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil".
Ao comentar as ações de seu governo em resposta à pandemia de covid-19, afirmou que veículos de comunicação superdimensionaram a doença que já matou 137 mil brasileiros. “Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema 'fique em casa' e 'a economia a gente vê depois', quase trouxeram o caos social ao País.”
Bolsonaro já chamou a Globo de “TV Funerária” por dar espaço relevante aos dados sobre mortos pelo novo coronavírus em seus telejornais, especialmente no 'Jornal Nacional'. “Divulgam só notícia ruim”, reclamou. Nos primeiros meses da pandemia, os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos pediram a adesão do telespectador à quarentena. “Se puder, fique em casa”, diziam no encerramento das notícias.