Racistas não passarão. O bordão saiu da internet e virou ação concreta na redação de Brasília da RecordTV, segunda maior emissora de TV do País. Seis jornalistas que debocharam da aparência de colegas negros em um grupo de WhatsApp foram demitidos. Ao tentar defendê-los, o diretor da sucursal também caiu.
O recado passado pela cúpula de jornalismo da emissora foi contundente e exemplar. Quando uma das principais empresas de comunicação do Brasil demonstra rigidez contra o preconceito dá valiosa contribuição ao bem-estar coletivo e à evolução da sociedade.
Esse episódio lamentável ressalta a insolência dos intolerantes que acreditam estar protegidos em grupos privados de conversas online. Cedo ou tarde, as mensagens vazam. Já assistimos a esse vexame outras vezes.
Está cada vez mais difícil sair impune de atitudes discriminatórias — e quem é flagrado enfrenta a vergonha pública, as consequências sociais (como a perda de emprego neste caso de funcionários da RecordTV) e a lei. Injúria racial pode render pena de um a seis meses de prisão ou multa, e a condenação por racismo gera reclusão de um a três anos e multa, e é inafiançável.
Na segunda-feira (9), dois homens acusados de praticar os dois crimes contra a apresentadora Maju Coutinho, do Jornal Hoje, foram condenados pelo Tribunal de Justiça de SP. Eles criaram perfis falsos em redes sociais para atacar a honra da jornalista.
Um deles foi condenado a seis anos de reclusão. O outro, a cinco anos em regime semiaberto e multa. Como o julgamento foi em primeira instância, os condenados poderão recorrer da sentença em liberdade.