A mais duradoura novela brasileira foi Redenção, exibida na TV Excelsior entre maio de 1966 e maio de 1968. Teve 596 capítulos.
Quando se considera as tramas produzidas por temporada, a campeã é Malhação, no ar desde 1995, com quase 6 mil episódios em 26 fases.
Essas duas produções não chegam nem perto da duração das principais novelas do Reino Unido, lá chamadas de soap operas.
A mais longeva, Coronation Street, está no ar desde 1960. Já foram transmitidos mais de 9.700 capítulos.
William Roache, hoje com 86 anos, está no elenco desde a estreia interpretando o mesmo personagem, Ken Barlow. Entrou para o Guinness Book.
Assim como ele, outros atores envelheceram em frente das câmeras. Alguns morreram, e os autores precisaram dar fim aos personagens.
Coronation Street é tão popular que o herdeiro do trono britânico, príncipe Charles, visitou a cidade cenográfica em Manchester, no noroeste da Inglaterra. Quando a novela estreou, ele tinha 12 anos. Hoje está com 70.
Outro folhetim duradouro da terra da rainha Elizabeth, Emmerdale, completou 46 anos. EastEnders, exibida desde 1985, e Hollyoaks, lançada em 1995, também estão entre as preferidas dos noveleiros de lá.
O sucesso das novelas sobre o cotidiano de típicas famílias do Reino Unido chegou tão longe que há uma premiação anual exclusivamente para esse gênero, o The British Soap Awards.
Nos Estados Unidos, algumas novelas também atravessam décadas. Days of Our Lives é transmitida desde 1965. Uma das atrizes, Susan Seaforth Hayes, atua na atração há 50 anos.
Enquanto os gringos continuam a prestigiar a boa e velha telenovela, os brasileiros sinalizam impaciência com as produções daqui.
Há reclamações recorrentes sobre a duração das tramas. Na era das séries dinâmicas e inventivas, muita gente não se interessa em acompanhar uma mesma narrativa por meses.
Principal produtora de ficção televisiva do País, a Globo tem limitado seus folhetins das 21h a 170 capítulos – o último com mais de 200 foi Império (2014). Autores e atores defendem uma redução maior: máximo de 150.
Outra frustração se refere à previsibilidade dos dramas. O público quer novelas que surpreendam, ainda que baseadas nos clichês dramatúrgicos. A última que se tornou um fenômeno, Avenida Brasil, de 2012, sempre é citada com saudosismo.
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