Onze anos e cinco meses separam a morte de Michael Jackson, aos 50 anos, e de Diego Maradona, 60. Ambos sofreram parada cardiorrespiratória quando estavam sozinhos em seu quarto. Nos dois casos, o médico de confiança foi acusado de envolvimento na tragédia.
Em novembro de 2011, o cardiologista Conrad Murray começou a cumprir pena após ser condenado a quatro anos de prisão por homicídio culposo (sem intenção de matar). A Justiça identificou negligências graves no tratamento da saúde de Michael.
A pedido do cantor, o médico aceitava aplicar altas doses de anestésicos cirúrgicos. Insone e com dores crônicas, ele que se tornara dependente de alguns remédios. O uso exagerado de tais substâncias provocou uma overdose e atingiu fatalmente seu coração.
No momento em que o ídolo pop passou mal, Murray estava em outro ambiente da mansão em Los Angeles. Ao perceber a situação, deu o primeiro atendimento e chamou uma ambulância. Tarde demais. O planeta se chocou com o triste fim de um dos maiores artistas de todos os tempos.
Massacrado pela mídia, ameaçado por fãs, atacado pela família Jackson, Dr. Conrad Murray passou 23 meses na cadeia. Foi libertado em outubro de 2013. Teve a licença médica suspensa em alguns estados americanos.
“Eu nunca dei nada a Michael que poderia matá-lo. Eu o amava. E continuo amando. Eu sempre o amarei”, declarou logo após ser solto. A todos ficou a impressão de que a morte do cantor foi uma tragédia anunciada e poderia ter sido evitada.
A história se repete, desta vez com Maradona em Buenos Aires. O neurocirurgião Leopoldo Luque tem sido apontado como suposto responsável pela morte do ex-jogador, ocorrida em 25 de novembro.
O médico está sob suspeita de não ter providenciado equipe e equipamentos fundamentais para a assistência ao ‘Diez’, que se recuperava em casa de uma cirurgia para dissipar um edema cerebral.
Apesar das evidências de negligência, o especialista não foi oficialmente acusado pelo Ministério Público. Mesmo assim, os advogados dele solicitaram um habeas corpus preventivo para evitar eventual pedido de prisão.
Dr. Conrad Murray e Dr. Leopoldo Luque ficaram conhecidos pelo excesso de autopromoção. Ambos faziam questão de se pendurar na fama de Michael Jackson e Maradona, respectivamente. Selfies, vídeos, matérias... Graças aos dois pacientes populares, tornaram-se celebridades da medicina. Mas logo caíram em desgraça.