O grande tesouro de um jornalista é sua agenda de contatos. Antes, em papel; agora, no smartphone. As chamadas 'fontes' são pessoas dos mais variados níveis hierárquicos com acesso a algum tipo de informação relevante. Pode ser um garçom que ouve conversa sigilosa ao servir um cafezinho ou um influente ministro com trânsito nos bastidores dos Poderes da República. Os dados sigilosos passados por esses 'olheiros' geram os 'furos', ou seja, as notícias transmitidas em primeira mão por jornalistas de TV e outros veículos de comunicação.
Há três anos, a GloboNews venceu o prêmio internacional de jornalismo Golden Nymph Awards, realizado no Festival de Télévision de Monte-Carlo, pelo 'furo' dos áudios entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, na ocasião em que ela tentou nomeá-lo ministro. O repórter Marcelo Cosme, hoje âncora do Em Pauta e apresentador eventual do Jornal Hoje, fez o anúncio ao vivo na TV da conversa vazada.
Nos últimos anos, fragmentos de reuniões, investigações, delações e operações de prisão também vieram à tona na mídia. Uma informação não se propaga sozinha: há sempre aquele que revela e quem a divulga. Na TV, a missão dos comentaristas de política e economia é apurar relatos exclusivos, checar a veracidade e apresentar ao telespectador.
Presidentes entram e saem, ministros chegam e vão, diretores ascendem e caem, e essa relação entre contatos secretos e jornalistas se mantém ativa. Aliás, os chefes de Estado — assim como políticos em geral e assessores anônimos de instituições — são fontes recorrentes. Um vazamento à imprensa pode produzir desde a promoção de uma ideia até a queda de um inimigo, de um salvo-conduto a uma condenação popular. O poder está sempre nas mãos de quem tem boas informações.