Em maio, uma edição da celebração Missa de Aparecida e do programa Terra da Padroeira alcançaram o segundo lugar no ranking da Kantar Ibope, na aferição feita na Grande São Paulo entre as emissoras de sinal aberto. Uma conquista histórica para a TV Aparecida, criada em 2005.
Esse resultado não é um fenômeno casual. A emissora católica tem registrado bons resultados de público com frequência. Ficar à frente de RedeTV! e Band em determinados horários deixou de ser acontecimento raro. O confinamento domiciliar suscitado pela pandemia de covid-19, com mais gente em casa diante da TV, ajuda a estender a fase positiva do canal.
A emissora tem como diretor de programação Irmão Alan Patrick Zuccherato, um missionário redentorista de 38 anos, com formação em Teologia, Filosofia e Pedagogia. Entusiasta da disseminação de conteúdo cristão por meio da televisão, ele defende uma programação 100% voltada à família, com a promoção de valores tradicionais.
Em conversa com o Terra, Zuccherato revelou que a incerteza imposta pela crise planetária do novo coronavírus não fará o canal sediado a poucos metros do Santuário de Aparecida, no interior paulista, cancelar as comemorações de seus 15 anos no ar.
Desde o início da quarentena, a TV Aparecida registrou relevante aumento de audiência. Qual sua interpretação desse crescimento no Ibope?
A TV Aparecida, desde a sua criação, tem a intenção primordial de produzir e fazer chegar à casa dos telespectadores conteúdos que vão lhes fazer diferença em suas vidas e para suas famílias. Os nossos programas seguem a linha religiosa, pois estamos intimamente ligados ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, ao bom entretenimento e à informação de qualidade. Dentro disso, em meio ao isolamento social provocado pela pandemia, seguimos esse padrão ideológico em nossa programação. Os bons índices de audiência, alcançando inclusive o segundo lugar no Ibope de forma inédita, indicam que estamos no caminho certo, além de nos inspirar a prosseguir dessa forma em nossas ações. Ressaltamos com alegria a nossa posição no sétimo lugar no ranking das emissoras abertas na Grande São Paulo, no mês de abril, marcando um crescimento de 24% de audiência. Para nós, tão importante quanto se aproximar ainda mais do público é ter a certeza de que a mensagem da TV Aparecida nesses 15 anos de sua história, “É bom estar onde a Mãe está”, chega cada vez em mais lares pelo Brasil, ainda mais nesses tempos difíceis.
Há um excesso de notícias negativas na TV, especialmente nos telejornais. A TV Aparecida se coloca como contraponto a isso?
Como emissora de inspiração católica, a TV Aparecida naturalmente divulga a Boa Notícia do Redentor, ou seja, o amor a Deus, o cuidado com a vida, a fé, o crescimento e o desenvolvimento do ser humano como gente e como cristão. Essa é a nossa natureza. Por meio da nossa programação, buscamos sempre promover a cultura de amor, de respeito e de paz para que os telespectadores se sintam acolhidos por nós. Dentro dessa proposta destaco o programa Central da Esperança, que estreou em março com o intuito de proporcionar aos telespectadores momentos de oração e reflexão, aliados à informação por meio de entrevistas com especialistas de várias áreas e membros da Igreja. Essa atração diária com apresentadores e jornalistas vem reforçar, nesse período que estamos vivendo, a nossa identidade e o nosso jeito de se aproximar de forma simples e generosa do nosso público, refazendo as forças e renovando a esperança.
Acredita que as pessoas passaram a cuidar mais da própria fé com o agravamento da pandemia?
Como religioso, acredito que a fé seja uma característica inerente ao ser humano. A fé nos move para mudanças todos os dias. Em momentos mais difíceis, sejam de cunho pessoal ou social, como em uma pandemia, é natural a fé estar ainda mais presente em nossas ações e em nossos pensamentos, pois essa virtude favorece acreditar em dias melhores. No entanto, que a partir dessa situação possamos crescer no cultivo espiritual, na alegria de viver e evoluir em comunidade.
A maioria das emissoras já estava em dificuldade financeira antes da pandemia, e o quadro pode se agravar com a fuga de anunciantes. Como está a saúde financeira da TV Aparecida?
A marca da TV Aparecida é a Evangelização. Somos uma força de comunicação com a Igreja. A direção da TV Aparecida está atenta a todos os cenários nesse momento e segue firme mantendo no ar a programação com suas transmissões e produções, graças à generosidade dos devotos espalhados pelo Brasil. Eles são, sem dúvida, nossos maiores benfeitores. Já dizia o servo de Deus, o Missionário Redentorista padre Vítor Coelho de Almeida, Apóstolo da comunicação: “Quem ajuda na evangelização tem merecimento de pregador”. Nossos parceiros seguem conosco, mesmo nesse período mais difícil, confiando em nosso propósito de ser uma TV que busca levar a mensagem abençoada e alegre ao público.
Há previsão de mudanças significativas na programação da TV Aparecida após o fim da pandemia?
Por ser um ano comemorativo para nós, inicialmente nosso planejamento consistia, para o mês de abril, na estreia de programas, inclusive com mudanças em nossa grade no horário noturno. Em razão do isolamento social, suspendemos as novidades previstas. No momento, estamos realizando estudos com nossas equipes a respeito da programação após a pandemia. Queremos comemorar no dia 8 de setembro os 15 anos da nossa TV Aparecida.