Em 2020, a atual apresentadora do ‘Roda Viva’, Vera Magalhães, se tornou vítima de fake news e doxxing (exposição de dados pessoais). Vários perfis em redes sociais, inclusive de políticos, divulgaram que ela receberia R$ 500 mil de salário da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.
A jornalista virou alvo de um massacre pelo tribunal da internet por quem considerou a remuneração muito alta. O canal público ligado ao governo do Estado de São Paulo revelou o valor real – R$ 22 mil por mês – para combater a mentira e tentar reduzir a hostilidade contra a apresentadora.
A partir deste fato, o jornalista especializado em transparência pública Luiz Fernando Toledo, que integra a direção da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), acionou a lei de acesso à informação para que a emissora divulgasse os rendimentos dos últimos 5 âncoras do ‘Roda Viva’, tradicional programa de entrevistas no ar desde 1986.
TV Cultura muda política de transparência e decide, pela primeira vez, tornar pública a remuneração de apresentadores. A informação era considerada sigilosa por cláusulas contratuais. pic.twitter.com/LFIr98P6OW
— Luiz Fernando Toledo (@toledoluizf) May 22, 2021
O canal negou, mas Toledo insistiu na solicitação. No sábado (22), os dados foram liberados. “TV Cultura muda política de transparência e decide, pela primeira vez, tornar pública a remuneração de apresentadores. A informação era considerada sigilosa por cláusulas contratuais”, anunciou o jornalista em seu perfil no Twitter.
Mario Sergio Conti, no comando da atração de 2011 a 2013, e hoje na GloboNews, recebia R$ 56 mil mensais. Augusto Nunes, agora na Record TV e Record News, teve salário de R$ 30 mil entre 2013 e 2015, e de R$ 25 mil de 2015 a 2018.
No ‘Roda Viva’ entre 2018 e 2019, Ricardo Lessa, no momento colaborador do jornal ‘Valor Econômico’, ganhou R$ 20 mil. Mesmo valor pago mensalmente, entre 2019 e 2020, a Daniela Lima, atualmente na CNN Brasil. Vera Magalhães a substituiu em janeiro do ano passado.