Quem liga em qualquer um dos principais canais de TV da França recebe atualização sobre os casos no País (já são mais de 3.600, com quase 80 mortes) e orientação detalhada a respeito de prevenção e tratamento.
Como é próprio da alma francesa, o coronavírus gera debates acalorados diante das câmeras. Jornalistas e especialistas em saúde defendem pontos de vista opostos ao analisar o avanço da contaminação e o que fazer para minimizar os danos na população e na economia.
O canal de notícias CNews, visto também em regiões da Suíça e da Bélgica onde se fala francês, presta um serviço exemplar ao informar sem apavorar. Os âncoras são realistas em relação à gravidade da epidemia, porém, não caem na armadilha de praticar sensacionalismo a fim de conquistar mais pontos de audiência. A mesma postura correta — dentro da esperada ética jornalística — se vê em outras emissoras.
Com mais pessoas recolhidas em casa, em uma espécie de toque de recolher voluntário, a televisão passa a ter papel imprescindível para combater as fake news da internet a respeito do vírus e mostrar o que as autoridades fazem para controlar a situação.
Quem sai às ruas vê uma Paris esvaziada, sem a movimentação turística habitual. Mas o parisiense se mostra indiferente ao risco: não usa máscara, não lota supermercados nem deixa de encontrar os amigos, mesmo numa tarde fria e chuvosa como a deste sábado (14). É típico do francês reagir a uma crise sem entrar em pânico.