Eu defendi Bruna Marquezine algumas vezes aqui no blog. Não tenho dúvida de que é uma boa atriz. Talvez a melhor da nova geração televisiva.
Ainda muito jovem, ela pode lapidar-se para se colocar entre os grandes da teledramaturgia daqui a alguns anos.
Teve desempenho dramático convincente em vários momentos dos três trabalhos mais recentes na Globo: I Love Paraisópolis (2015), Nada Será como Antes (2016) e Deus Salve o Rei (2018).
Bruna parece seguir o método criado pelo diretor russo Constantin Stanislavski: faz seus personagens fluírem livremente entre as emoções, chegando o mais perto possível da atuação naturalista.
Mesmo quando apresenta uma encenação mais teatral, como no caso da vilã Catarina em sua última novela, a atriz se sai bem por deixar os sentimentos bons e maus à flor da pele.
O telespectador sempre enxerga a personagem, nunca sua intérprete. Eis o objetivo básico e, ao mesmo tempo, tão difícil de ser atingido diante das câmeras.
Uma ameaça faz sombra ao futuro promissor de Marquezine na teledramaturgia brasileira: o eco estrondoso de sua vida privada. Especialmente o vínculo aparentemente indissociável com Neymar.
A imprensa e as redes sociais monitoram os dois o tempo todo. As reações de Bruna à vida de solteiro do ex, e vice-versa, geram repetitivas manchetes.
A expectativa de mais uma reconciliação, ou uma virada de página definitiva com novo relacionamento, transformou a vida real de ambos numa novela, com os protagonistas interpretando a si mesmos.
Fala-se mais das hipotéticas crises de ciúme da atriz em relação ao jogador do que de seus trabalhos na TV. Assim como as ‘ficadas’ do atacante do PSG se sobressaem na mídia ao seu desempenho em campo.
A atriz precisa se desvencilhar dessa trama folhetinesca para recuperar o prestígio da carreira.
Senão será vista tão somente como uma personalidade de mídia geradora de cliques, fofocas e intrigas. Seria um lamentável desperdício de talento.
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