Três meses após as cinzas de Pedro Lima terem sido jogadas ao mar, a mulher do ator, Anna Westerlund, anunciou que pretende concluir o último projeto dele: a construção de uma casa para a família. O galã das novelas portuguesas inspecionava quase diariamente as obras do imóvel de três andares e 500 m² de área construída em Cascais, nos arredores de Lisboa.
“Prometo-te não desistir dos nossos sonhos. A casa ainda não está pronta mas nela já criamos memórias, já habita uma história. A nossa. A coragem é uma decisão e quando estiveres cansado aprende a descansar e não a desistir”, escreveu a viúva em um post no Instagram. Ela pretende viver no local com os quatro filhos que teve com Pedro Lima e o enteado, fruto de relacionamento anterior do artista.
Sem o salário de 6 mil euros (cerca de R$ 38 mil) que o marido recebia do canal TVI, Anna Westerlund passou a ter como renda principal a venda das cerâmicas produzidas em seu ateliê. Ela conta com ajuda financeira de parentes e amigos para manter o padrão de vida da família e concluir o imóvel.
Desde que o corpo de Pedro Lima, de 49 anos, foi encontrado em uma praia de Cascais, a imprensa de Portugal revela detalhes de seu drama silencioso. O ator escondeu de todos o inferno emocional sofrido havia anos. Estava medicado, porém sucumbiu à depressão. Ex-atleta olímpico de natação e surfista apaixonado, escolheu renunciar à vida no Dia Internacional do Surf, 20 de junho.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano. No Brasil, aproximadamente 13 mil. Os homens representam a maioria: são 75% dos que tiram a própria vida no País. A resistência em admitir problemas emocionais e procurar ajuda médica, devido ao machismo enraizado, explica essa incidência alarmante.
A campanha Setembro Amarelo, organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina, alerta para a importância da prevenção ao suicídio. Dos casos registrados no Brasil, 96,8% estão relacionados a transtornos mentais. As causas mais comuns são depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias.