A polêmica não tem fim. Na manhã de segunda-feira (8), a Jovem Pan Paraná colocou no ar uma entrevista com Jair Bolsonaro. Em um trecho, o âncora Marc Souza quis saber se o presidente “pretende responder” à denúncia de agressões de agentes da escolta presidencial contra jornalistas brasileiros que tentaram entrevistá-lo em Roma, durante a viagem para o encontro do G20.
“Eu saí pelos fundos (da embaixada do Brasil) para evitar a imprensa, que não faz um trabalho razoável, é para agredir o tempo todo”, disse Bolsonaro. “Ouvi umas confusões, voltei. Depois fiquei sabendo um atrito que houve. Não (teve) agressão, soco, pancada, nada. Foi com os carabineiros italianos, juntamente com o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que faz a minha segurança em qualquer lugar do mundo. Tiveram um entrevero com pessoal da ‘Folha’, UOL e Globo.”
Alguns repórteres relataram empurrões. Um deles teve o celular atirado na rua enquanto filmava a confusão. O correspondente da Globo e GloboNews, Leonardo Monteiro, afirmou ter sofrido violência. “Um segurança ou policial italiano me imobilizou, me levou para um canto, me encostou num carro e deu um soco na minha barriga”, relatou ao vivo na TV, horas após o tumulto.
À Jovem Pan paranaense, Jair Bolsonaro alega que a vítima foi ele. “(Os jornalistas) começaram a me agredir mesmo lá de trás, falando coisas absurdas. Quando um tentou se aproximar de mim (o repórter da Globo e GloboNews), foi detido, barrado pela polícia italiana. Nada além disso. Não vi acontecer mais nada, além das gritarias lá. Agora, querer me responsabilizar por isso é uma irresponsabilidade por parte desses três órgãos de imprensa.”
O Grupo Globo divulgou nota de repúdio, lida nos telejornais, contra a hostilidade sofrida pela imprensa na Itália e se solidarizou com seu correspondente. A empresa contratou advogados para acompanhar a investigação do caso.
No domingo (7), outro repórter da Globo no exterior, Tiago Eltz, foi alvo de xingamentos e ameaças enquanto trabalhava na cobertura de uma maratona em Nova York. O homem que fez a intimidação, registrada em vídeo de celular, manifestou desprezo pela emissora carioca vista como a mais crítica a Bolsonaro e seu governo.